Moradores do Condomínio Nova Alvorada, no bairro São Jorge da Lagoa, conhecido como "Carandiru do São Jorge da Lagoa", continuam acampados em terreno da prefeitura, no Jardim Tijuca. Segundo eles, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) saiu do local após mais de 24h horas de vigia, às 8h30 desta segunda-feira (13). Os agentes estavam de plantão após a invasão dos grupos no local. Ao todo, 80 pessoas estavam no terreno neste domingo (12), entre elas 20 crianças. Nesta segunda, o número de pessoas que estão no local diminui para 10 adultos e quatro crianças. Eles afirmam que só vão sair da calçada caso haja diálogo com a gestão municipal. Os residentes foram até o lugar após serem informados, através de pedido judicial, que teriam que sair do condomínio Nova Alvorada, que também foi invadido há anos . Eles têm 60 dias para deixar o imóvel , que conta com 16 apartamentos, ainda sem revestimento. A construção já foi condenada pelos Bombeiros por risco de desabamento. Márcia de Souza, de 40 anos, é uma das moradoras mais antigas do condomínio. Ela comenta que a ação é uma forma de chamar atenção da prefeita Adriane Lopes (PP). “Esse apagamento é uma forma da gente chamar atenção da prefeita, pois logo logo chega o prazo de ser despejado e essas 16 famílias não tem pra onde ir. A gente não está aqui porque a gente quer, estamos porque precisamos”. Douglas Navarro da Silva, de 26 anos, não é morador mas apoia a iniciativa dos residentes. Ele é vizinho do condomínio e tem ajudado a levar comida aos acampados. “A polícia saiu mas permaneceram de plantão ontem o dia todo e durante a madrugada de hoje. Acho que eles estão esperando que as famílias montem os barracos nos terrenos para que eles possam utilizar o direito deles de derrubar as casas montadas. Enquanto não houver reforços por parte da prefeitura. O acampamento vai continuar porque essas famílias não tem pra onde ir”. Jocileia Ferreira da costa, de 44 anos, mora há 9 anos no "Carandiru do São Jorge da Lagoa". A doméstica teve que faltar ao trabalho para ficar na barraca. Pra ela, a situação é difícil e desesperadora. “A gente já procurou para alugar uma casa, mas o aluguel não fica por menos de R$700,00, isso uma kitnet. Fora alimentação, medicamentos e as contas de luz e água, a conta não fecha. A gente não tem dinheiro para conseguir sustentar uma casa sozinho.” Segundo a moradora, ela já tentou se cadastrar em programas do governo, mas até agora não foi aceita. Jocileia mora com o marido, que também é diarista de obras e a filha, junto do genro, que juntos têm três filhos. “Ontem receberam doação de arroz e frango para jantar e hoje ganharam dois queijos caseiros minas e café dos moradores aqui. Agora no almoço já não tem comida”. A reportagem entrou em contato com a prefeitura, questionando quando haverá o diálogo com os moradores e para onde eles serão remanejados, mas até o momento não obteve retorno. O espaço segue aberto. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .