“Se vender, só guarda-chuva”. A afirmação de Lilian Pereira, funcionária de loja na Avenida Afonso Pena, Centro de Campo Grande, é um termômetro do clima no comércio. A manhã desta terça-feira (dia 16) é marcada por tempo chuvoso e pelo segundo dia de greve dos motoristas de ônibus. O transporte coletivo leva boa parte dos consumidores à região central. “Com a chuva, pode dar impacto porque o pessoal fica mais em casa. Então, agora vamos ver de manhã como é que vai ser. Eu acredito que hoje o movimento vai ser parado”, diz Lilian, que trabalha há uma década em loja de bijuteria e acessórios. Gerente de loja de maquiagem na Rua 14 de Julho, Taine Gregório afirma que o movimento caiu bastante. "Impactou muito. Porque é dezembro, um mês que a gente fatura alto. E isso prejudicou muito nas vendas, ainda mais que tem metas, sejam individuais ou total da loja. Então, são dois dias perdidos". No Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca, o Camelódromo, um dos pontos mais movimentados do comércio, a paradeira era tamanha que dava para escutar os comerciantes comentando sobre o tema da vez: a falta de ônibus. Leandro Silva Araújo, vendedor em loja de roupas, conta que o movimento caiu, mas a esperança é de melhorar a partir de sexta-feira, quando é pago o 13º salário. "A gente achava que a greve não iria impactar tanto no comércio, mas acaba impactando. O movimento ontem foi mediano. Um pai de família, uma mãe, que pega o ônibus e vem comprar as coisas aqui no Centro da cidade, já não vêm”, diz o vendedor. Com o tempo chuvoso, o preço das corridas de aplicativos dispara, desanimando ainda mais a clientela. Carlos Eduardo de Souza Costa, que trabalha em um box de eletrônicos, avalia que a greve no transporte coletivo reduziu o público presencial, enquanto a chuva dificulta as entregas das vendas online. “A gente tem sempre uma expectativa de melhora. Agora, com a greve do ônibus, ficou pior ainda. As coisas já não estão fáceis, a economia já não está legal. Aí vai piorando, colocando mais obstáculos. A gente fica um pouco preocupado. Porque o boleto não para”, afirma Carlos. Conforme a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), a projeção foi de perda de R$ 10 milhões somente ontem, primeiro dia da greve. O temor é que a paralisação afete as vendas para o Natal, diante da expectativa de ser o melhor em vendas dos últimos 12 anos. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .