O "Método Novos Passos” sobre inteligência emocional, criado por Alci Cardoso dos Santos Filho, faz sucesso entre as prefeituras de Mato Grosso do Sul, que pagam caro e dispensam licitação nos contratos. O mais recente é com a Prefeitura de Campo Grande. Por meio da Semed (Secretaria Municipal de Educação), a empresa A C dos Santos Filho ME foi contratada por R$ 314.100,00. O procedimento foi realizado com inexigibilidade de licitação. A situação foi enquadrada no dispositivo da Lei de Licitações que considera inviável a competição em caso de serviços técnicos especializados, de natureza predominantemente intelectual, para treinamento e aperfeiçoamento de pessoal. Em 8 de setembro, a Prefeitura de Amambai fez contrato de R$ 315 mil para também adotar o método “Novos Passos”, mas o Prime. A contratação, sem licitação, se sustenta no dispositivo da Lei de Licitações que dispensa essa etapa quando a competição for inviável. O curso de inteligência emocional seria ministrado para “lideranças escolares (Secretário, Gestores, Diretores, Coordenadores e lideranças diversas) da Secretaria de Educação”. Já em junho de 2023, o contrato da empresa foi com a Câmara Municipal de Campo Grande. O valor totalizou R$ 44 mil, com inexigibilidade de licitação. No mês de maio, a Prefeitura de Amambai publicou outro contrato, desta vez de R$ 300 mil, pelo método “Novos Passos”. Naquela ocasião, o objeto foi “contratação de empresa especializada para ministrar Curso de inteligência emocional, intitulado de MNP (Método Novos Passos), criado pelo professor Alci Filho, para os servidores lotados na Secretaria de Gestão e demais Secretarias da Prefeitura de Amambaí/MS”. A Prefeitura de Caarapó também dispensou licitação em maio de 2023 para obter o método de inteligência emocional. O valor chegou a R$ 69 mil, sendo o público-alvo os servidores lotados na Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura. Em dezembro do ano passado, o método foi contratado por R$ 70 mil pela prefeitura de Água Clara, sem licitação. De acordo com o extrato, a modalidade também foi de inexigibilidade, quando é inviável a competição. A finalidade foi “contratação de empresa especializada para ministrar curso de inteligência emocional, intitulado de MNP (método novos passos), criado pelo professor Alci Filho, para os servidores lotados na Secretaria Municipal de Educação, da Prefeitura Municipal de Água Clara/MS”. No ano de 2021, o "Método Novos Passos” foi contratado pela Prefeitura de Ponta Porã. Também sem licitação, o objetivo era o aperfeiçoamento dos servidores das instituições da Rede Municipal de Ensino. O curso presencial era para 1.400 pessoas. Empresa de Iguatemi – A empresa AC dos Santos Filho ME, cujo nome fantasia é Novos Passos, foi criada em 29 de junho de 2010, com capital social de R$ 100 mil. Ela fica localizada na Vila Rosa, em Iguatemi. Nas redes sociais, Alci se apresenta como professor e palestrante. Numa postagem, ele afirma que o “Método Novos Passos é o maior treinamento de humanização para Educação do Brasil”, com três dias de imersão que "tem ajudado e contribuído com a vida de muitas pessoas". Noutra postagem, informa que a agenda volta às aulas 2024, que vai até março, já estava esgotada. “Acho que gostam do meu trabalho. E a inexigibilidade é porque eu criei o curso, tenho uma carta de exclusividade declarando isso”, afirma Alci Filho. Professor há 24 anos, ele criou a metodologia em 2017 e agora viaja pelo Brasil. “Eu fazia para o setor privado, com valor de R$ 1.500 por pessoa. Depois da pandemia, adaptei para a Educação. O preço é de R$ 300. O curso tem formato de imersão, são três dias, sendo oito horas por dia”, diz o professor. Segundo ele, na iniciativa privada, curso similar custa até R$ 2.500 por inscrito. Alci relata que já ministrou o curso em oito cidades de Mato Grosso do Sul, além de prefeituras em Rondônia, Paraná e Mato Grosso. O curso em Campo Grande será realizado pela primeira vez, com total de 1.047 participantes. A Prefeitura de Ponta Porã informa que não licitou em “razão de a empresa oferecer serviço técnico especializado, que neste caso permite inexigibilidade”. O curso foi ministrado para mais de 2000 servidores. Inicialmente da Secretaria de Educação e, na sequência, estendido a outras secretarias. Sobre a necessidade de contratar o método, a prefeitura aponta efeitos da pandemia. “2021 era o período de retorno da pós-pandemia, onde nossos servidores estavam apreensivos e inseguros diante da nova realidade, pensando no retorno dos trabalhos presenciais. Houve uma fragilidade emocional detectada e que especificamente este curso proporcionou segurança e tranquilidade na volta aos trabalhos presenciais”. A reportagem entrou em contato com as demais prefeituras e a Câmara Municipal de Campo Grande, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News . Matéria editada às 11h para acréscimo de informação da Prefeitura de Ponta Porã.