Os últimos dados do governo federal indicam que Mato Grosso do Sul exportou US$ 9,843 bilhões em 2025, considerando o período de janeiro a novembro. O principal produto da pauta de exportações neste ano foi a celulose, com US$ 2,848 bilhões vendidos. Em seguida aparecem a soja, com US$ 2,331 bilhões, e a carne bovina, com US$ 1,702 bilhão. A China foi o maior parceiro comercial do Estado em 2025, com a compra de US$ 1,991 bilhão em soja, US$ 1,579 bilhão em celulose e US$ 711,9 milhões em carne bovina. A maior parte das exportações sul-mato-grossenses foi composta por bens intermediários, que somaram US$ 7,6 bilhões, seguida pelos bens de consumo, com US$ 2,1 bilhões. O titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, destacou que Mato Grosso do Sul tem, por vocação e aptidão, um perfil essencialmente produtor, o que garante ao Estado presença relevante no comércio exterior. “Até novembro de 2025, o Estado exportou US$ 9,84 bilhões, crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2024. Esse desempenho reflete não apenas o produto final exportado, mas toda uma cadeia interna que antecede a chegada ao mercado internacional, envolvendo produção, logística, transporte, armazenagem e serviços especializados”, afirmou. Em 2024, Mato Grosso do Sul encerrou o ano com US$ 9,969 bilhões exportados, volume que corresponde a 98,7% do valor já registrado até novembro de 2025. Naquele ano, a soja liderou a pauta de exportações, com US$ 2,8 bilhões, seguida da celulose, com US$ 2,6 bilhões. A China também foi o principal parceiro comercial, concentrando 45,4% do total exportado pelo Estado. Verruck avalia o desempenho comercial como positivo, destacando a manutenção do elevado volume de exportações, sustentado pelos principais produtos da pauta estadual. “Em 2025, destacam-se as exportações de celulose, que alcançaram cerca de US$ 2,85 bilhões, acima do registrado em 2024, refletindo a expansão da indústria de base florestal. As exportações de carne bovina também apresentaram crescimento relevante, passando de aproximadamente US$ 1,22 bilhão em 2024 para US$ 1,70 bilhão em 2025, indicando maior inserção do produto sul-mato-grossense no mercado internacional”, afirmou o secretário. Tarifaço – Apesar do resultado positivo, alguns produtos da cadeia exportadora do Estado foram impactados pelo aumento de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Em agosto deste ano, Donald Trump implantou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, entre eles a carne bovina, que registrou queda de 51,9% nas exportações para os EUA no mês, evidenciando o impacto imediato da medida. O setor da tilápia também foi afetado, especialmente no início, já que grande parte da produção estadual é destinada ao mercado norte-americano. No entanto, o apoio federal e a absorção pelo mercado interno contribuíram para a manutenção da atividade, reduzindo os efeitos negativos da barreira comercial nos primeiros 30 dias. Segundo Verruck, as exportações de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos recuaram de US$ 616 milhões em 2024 para US$ 477 milhões até novembro de 2025, queda de 22,5%. “Ainda assim, o impacto sobre o total exportado pelo Estado foi limitado, já que os Estados Unidos responderam por cerca de 4,8% das exportações estaduais no período. O crescimento das vendas para outros mercados compensou essa redução, reforçando a importância da diversificação de destinos”, explicou. A carne bovina sul-mato-grossense tem a China como principal mercado. Outras medidas, como a liberação de R$ 10 bilhões em crédito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), previstas no Plano Brasil Soberano, além da busca por novos mercados para redirecionar produtos que seriam enviados aos Estados Unidos, serviram como apoio financeiro aos setores afetados pelas tarifas. Em 20 de novembro, o presidente norte-americano anunciou a suspensão da tarifa adicional de 40% aplicada a alguns produtos brasileiros. Expectativa – O secretário avalia que, ao longo do ano, o Estado enfrentou desafios no cenário externo, especialmente relacionados às tarifas impostas pelos Estados Unidos e às restrições sanitárias específicas que afetaram alguns setores. Ainda assim, afirma que a economia sul-mato-grossense conseguiu se ajustar, com redirecionamento de fluxos e manutenção do patamar elevado de exportações. “Para o próximo ano, a expectativa é de continuidade do crescimento da atividade econômica, sustentada por uma base produtiva sólida, por uma safra agrícola robusta, especialmente da soja, e pela ampliação do acesso a mercados internacionais”, afirmou. Ele destaca ainda o avanço no credenciamento de plantas de proteína animal, sobretudo frigoríficos, o que amplia as possibilidades de novos destinos e maior diversificação de mercados. Verruck acrescenta que a estratégia do Estado seguirá focada na ampliação das exportações e na redução da concentração de destinos, fortalecendo a presença de Mato Grosso do Sul em mercados tradicionais e explorando novas oportunidades. Como exemplo, citou a viagem do governador Eduardo Riedel (PP) ao Sudeste Asiático, realizada em julho deste ano, da qual o secretário participou. 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