Após saber da falta até de curativos e esperar 4 dias por uma cirurgia no braço quebrado, uma idosa de 62 anos foi retirada da Santa Casa de Campo Grande e levada até o Hospital Adventista do Pênfigo ontem (23). O filho tomou a decisão e precisou se endividar com empréstimo para que a operação fosse feita na instituição particular por R$ 16 mil. A cirurgia foi feita na manhã de hoje (23), segundo o filho, que tem 33 anos, é profissional de Educação Física e preferiu não se identificar e não identificar a mãe nesta matéria. Após a recuperação da mãe, ele pretende entrar com ação judicial para reaver o valor gasto na rede privada devido aos problemas no hospital que presta atendimento público. O filho afirma ter visto pacientes em situações até piores nos quatro dias que acompanhou a internação da mãe na Santa Casa. "Ficamos sabendo que tem pacientes esperando cirurgia há mais de 30 dias. Além de curativos, faltam técnicos para banho no leito", disse. Amputação - A autônoma Jany Luci Sabino dos Santos, 47, se reveza com a mãe e outros familiares para acompanhar a internação do pai, José Aparecido dos Santos, 71, na Santa Casa. Ele conseguiu a vaga após esperar quatro dias em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O idoso tem diabetes e poderá ter uma das pernas amputadas completamente devido a uma lesão que, acredita a filha, poderia ser melhor acompanhada e tratada sem a necessidade do idoso perder o membro. A família tem questionado o tratamento adotado pelos profissionais do hospital e procurou a equipe de plantão da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que a orientou em reunir documentações para o caso ser analisado. Ela também reclama da falta de curativo no hospital. "Chegaram a usar uma fralda em cima de uma ferida dele. Só não tiramos foto porque não deixam entrar com celular no CTI (Centro de Terapia Intensiva), onde ele está", conta Jany. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa e perguntou o que o hospital está fazendo para acelerar as cirurgias e garantir insumos e funcionários para atender a demanda. Não houve resposta até esta publicação. Greve - A espera por cirurgia, falta de insumos e paralisação de profissionais já comprometeram o atendimento na Santa Casa em outros períodos este ano, mas se agravaram durante a greve pelo não pagamento do 13º salário em dia. A greve começou na segunda-feira (22) com a adesão de cerca de 1.000 funcionários e foi encerrada ontem (23) após negociações garantirem depósitos de 50% do valor devido. Eles foram feitos hoje (24) pela manhã. A Santa Casa continua devendo seis meses de salários de médicos contratados como pessoas jurídicas. A situação foi judicializada e houve tentativa de negociação intermediada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), mas sem sucesso. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .