E-governador do Rio de Janeiro irá cumprir prisão domiciliar
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve deixar a cadeia nesta segunda-feira, 19, seis anos depois de ser preso preventivamente, em 2016, devido um processo da Lava Jato que tramita em Curitiba. Ele ficará em prisão domiciliar em um imóvel da família em Copacabana, de acordo com o divulgado pela defesa do político, neste sábado, 17.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela soltura de Cabral por considerar excessivo o tempo de prisão preventiva em uma das ações de que ele é alvo. No entanto, o ex-governador ficará em regime domiciliar por conta de outro processo.
O STF informou que o resultado do julgamento só deve ser proclamado na segunda. Somente a partir de então a Justiça Federal do Paraná, responsável pela ordem de prisão preventiva que foi revogada agora, poderá expedir o alvará de soltura.
O advogado Daniel Bialski informou que Cabral teve a prisão preventiva transformada em domiciliar em outros processos envolvendo as Operações Eficiência e Calicute, deflagradas em dezembro do ano passado e em março deste ano.
Cabral foi preso sob suspeita de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras. Ao longo do processo, o ex-governador chegou a admitir o recebimento de valores indevidos em diversos contratos assinados durante seus dois mandatos como governador, entre 2007 e 2014.
Ao todo, o político cumpriu 2.219 dias de prisão, o equivalente a seis anos e 22 dias no sistema prisional do estado. A prisão derrubada pelos ministros do STF era a última ordem de prisão que ainda o mantinha na cadeia. Os ministros decidiram revogar a ordem de prisão da Justiça Federal do Paraná contra Cabral, anular as decisões tomadas e enviar o caso para análise da Justiça Federal do Rio.
Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a revogação da prisão não significava a absolvição do ex-governador. Antes das últimas decisões do STF, que anularam ou modificaram algumas sentenças anteriores, Cabral chegou a ter 23 condenações em processos da Lava Jato. As penas somaram 425 anos e 20 dias de prisão.
Ao todo, ele foi denunciado em 35 processos decorrentes de investigações da Lava-Jato. Ele frequentou seis unidades prisionais diferentes, nas cidades do Rio, Niterói e Pinhais, no Paraná. Durante o tempo em que ficou preso, ele recebeu regalias como placas de isopor instaladas no teto de sua cela para isolar o calor, sendo uma medida para enfrentar com mais conforto os dias de sol forte.