Os pastores ligados ao ex-ministro da Educação podem comprometer o deputado federal? Não se sabe. Uma CPI pode ser destrutiva para ele
O post Se João Campos jogar a toalha, a candidatura de Mendanha pode derreter apareceu primeiro em Jornal Opção.
Os pastores ligados ao ex-ministro da Educação podem comprometer o deputado federal? Não se sabe. Uma CPI pode ser destrutiva para ele
João Campos (à direita) com o pastor Gilmar Santos | Foto: Reprodução/Instagram
O deputado federal João Campos é pré-candidato a senador na chapa do pré-candidato a governador de Goiás pelo Patriota, Gustavo Mendanha.
Membro da Assembleia de Deus-Vila Nova, delegado da Polícia Civil licenciado e presidente do partido Republicanos, João Campos é considerado um parlamentar atuante. Ele trafega bem na bancada conservadora da Câmara dos Deputados.
Então, em tese, como candidato a senador, fortalece Mendanha. Porque sua imagem é positiva e ele é um político representativo, sobretudo no meio evangélico. A chapa, por sinal, exclui, aos menos até agora, os católicos, pois tanto João Campos quanto Mendanha são evangélicos. O voto católico parece não interessar à dupla.
Pastor Arilton Moura | Foto: Reprodução
Mas há o problema da prisão dos pastores e do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Não há indícios de que João Campos está envolvido nas falcatruas do Ministério da Educação. Porém, por manter ligação umbilical com um dos pastores presos, pode acabar saindo chamuscado. Um dos pastores chegou a dizer que, se não fosse liberado pela Justiça, “detonaria” muita gente. Quem? Não disse. Mas certamente está falando de políticos.
No caso de uma CPI, que o Senado tenta aprovar — e o presidente Jair Bolsonaro faz o diabo para esvaziá-lo, não permitindo que tenha o número de votos suficientes para seja convocada —, Milton Ribeiro, os pastores e outros envolvidos serão convocados e, sob pressão, certamente falarão coisas comprometedoras a respeito de políticos e executivos.
Insista-se: não há nada, até o momento, que incrimine João Campos e, igualmente, Mendanha. Mas uma “pontinha” de denúncia, uma possível convocação de João Campos para depor, pode retirar o parlamentar da disputa ao Senado. Se houver algo comprometedor, mínimo que seja, sua candidatura vai derreter, com a possibilidade de que não seja efetivada. Ele terá de explicar, por exemplo, porque indicou para cargo público um aliado de um dos pastores. Por sinal, Mendanha também poderá ser chamado para se explicar sobre suas ligações com um ou os dois pastores.
Gustavo Mendanha (ainda era gordo) e Gilmar Santos: ligação com o pastor é antiga | Foto: Reprodução
Ocorre que, se João Campos não for candidato a senador — e, a rigor, o partido Republicanos não quer que ele seja candidato, pois vai apoiar a candidatura à reeleição do governador Ronaldo Caiado —, a campanha de Mendanha também poderá derreter.
Sem João Campos, quem Mendanha indicará para o Senado? E quem indicará para vice? Não há outros nomes. No momento, o mendanhismo ainda conta com a candidatura do parlamentar. Porém, se for convocado para depor na CPI ou se seu nome continuar sendo citado como “amigo do peito” de um dos pastores que foi preso, o próprio Mendanha vai convidá-lo a retirar sua candidatura, porque não vai querer derreter junto. A ressalva é que Mendanha também poderá contaminar João Campos.
Comenta-se que, se João Campos derreter, poderá ser substituído pelo ex-governador Alcides “Cidinho” Rodrigues ou pelo empresário Sandro Mabel. O vice poderia ser Osvaldo Fonseca ou Juraci Martins, ambos de Rio Verde. Mendanha estaria sugerindo que o vice tem de ser do Entorno de Brasília, a região em que ele aparece mal nas pesquisas de intenção de voto. Mas quem poderia compor com ele? Fala-se em Cristóvão Tormin. Porém, como se sabe, a imagem de Tormin não é positiva, tanto que chegou a ser afastado da Prefeitura de Luziânia.
O post Se João Campos jogar a toalha, a candidatura de Mendanha pode derreter apareceu primeiro em Jornal Opção.