A mãe que não protege a filha dos abusos sexuais do seu segundo marido e padrasto da criança é também escritora que escreve belos livros sobre amor. As duas faces coexistem. Num tempo que santifica a biografia do artista (fofinha, filtrada) e não o objeto artístico, isto soa a sacrilégio. Mas é mesmo esse o problema desta geração: é puritana e “religiosa” no pior sentido da palavra. Endeusam (e depois diabolizam) as personas dos artistas da mesma forma que a beata da aldeia endeusa o santo ou a Nossa Senhora