![Filme argentino Filme argentino](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/17816587.jpg?w=1024&h=768)
<p class="embed-content"> <BR> Clique na imagem para ver o benefício </p><p>O cineasta Pablo Trapero bateu um recorde argentino com seu mais recente filme: <i>O Clã </i>alcançou o maior público de estreia da história do cinema feito em seu país, superando sucessos como<i> O Segredo dos Seus Olhos </i>(2009) e <i>Relatos Selvagens</i> (2014). Só nos primeiros 10 dias de exibição, em agosto, o longa foi visto por mais de 1,5 milhão de espectadores — já é a segunda maior bilheteria argentina de todos os tempos, atrás apenas de <i>Relatos Selvagens</i>. </p><p>O êxito comercial da produção — baseada na história verídica de uma família que, no começo da década de 1980, sequestrava e matava seus reféns em Buenos Aires — ganhou o endosso do júri do Festival de Veneza em setembro: Trapero levou o Leão de Prata de melhor diretor. Coproduzido pela espanhola El Deseo — produtora dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar também responsável por Relatos Selvagens –, <i>O Clã</i> entra em cartaz no Brasil com a expectativa de bisar aqui a entusiasmada recepção internacional.</p><p>— Desde <i>Mundo Grua</i> (1999), meu primeiro filme a estrear no Brasil, sempre fui tratado com muito carinho pelo público, pela crítica e pelos festivais. Me sinto muito à vontade aí — comenta Trapero em entrevista por telefone a Zero Hora.</p><p><strong> "No Coração do Mar" conta história que inspirou clássico literário "Moby Dick" <br></strong><b> Angelina Jolie dirige "À Beira-Mar", filme em que contracena com Brad Pitt <br> Marina Person volta ao universo juvenil dos anos 1980 com "Califórnia" </b><br></p><p><i>O Clã</i> conta uma história que tangencia o improvável: entre 1982 e 1985, a aparentemente pacata família Puccio esteve envolvida no rapto e no assassinato de empresários, sequestrados em troca de resgates milionários e escondidos na própria casa onde viviam o casal e seus filhos, no bairro portenho de San Isidro.</p><p>O patriarca e mentor dos crimes era um agente do serviço de inteligência da mais recente ditadura argentina (1976 — 1983), que se aproveitava da experiência adquirida nas sombras do poder e da influência que os militares ainda gozavam nos primeiros tempos de democracia para perpetrar seus golpes. Quem encarna no filme Arquímedes Puccio é Guillermo Francella, de <i>O Segredo dos Seus Olho</i>s: popular astro argentino de comédias, o ator está sinistramente cativante como o chefe de família que demanda com seu frio olhar a cumplicidade da mulher e dos jovens filhos — estabelecendo uma relação em particular tensa com o primogênito Alejandro (Peter Lanzani), que chegou a integrar a seleção de rúgbi da Argentina.</p><p> <strong>Novo filme de Murilo Salles mostra bastidores da corrupção em Brasília</strong> <br><strong> <strong>Ator francês</strong> <strong>Louis Garrel estreia na direção com "Dois Amigos"</strong> </strong><br> <strong>"Chatô" é um filme anacrônico e moderno</strong> <br></p><p>Mistura de thriller e drama de tensão crescente e angustiante, <i>O Clã</i> é o primeiro filme inspirado em fatos reais dirigido por Trapero. Um dos mais talentosos nomes do cinema argentino contemporâneo, o realizador de 44 anos é o responsável por outros ótimos títulos como <i>Família Rodante </i>(2004), <i>Nascido e Criado</i> (2006), <i>Leonera</i> (2008), <i>Abutres</i> (2010) e<i> Elefante Branco</i> (2012) — os dois últimos estrelados por Ricardo Darín.</p><p class="embed-content"> </p><p><br><b>Pabro Trapero: "O filme também é um retrato da história argentina recente"</b></p><p><b>Você imaginava uma resposta tão positiva de público e crítica para <i>O Clã</i>?</b><br>Na verdade, é incrível a reação que o filme provoca no público. É um longa no qual estou trabalhando desde 2007, demorei muito tempo até convencer produtores que acreditassem no projeto, porque achavam que era uma história difícil ou que poderia afastar o espectador. No final das contas, foi o contrário: o filme mostrou ser muito envolvente. Para mim, foi uma linda surpresa e um grande estímulo constatar que o público foi de maneira massiva ao cinema para ver uma história real e diferente. O curioso é que, quando começamos a produção, perguntávamos às pessoas mais jovens e elas não conheciam o caso Puccio, enquanto quem conhecia dizia que não queria ver isso na tela. Pois aconteceu justamente o contrário. O filme foi um sucesso não só na Argentina, mas também no Uruguai, no Chile e na Espanha. Na verdade, independentemente das circunstâncias, o filme é uma história universal da relação de um pai com o filho.</p><p><b>Foi difícil ou fácil obter informações sobre o caso Puccio?</b><br>Quando o filme estreou, não havia sido editado aqui na Argentina um livro ou algo assim que contasse a história. Para os mais velhos, era um caso conhecido dos anos 1980, mas não havia muito material disponível. Inclusive, tivemos que fazer nossa própria investigação, o que nos tomou muito tempo levantando detalhes. Não havia nada sobre a intimidade da família, por exemplo. Tive que conversar com juízes, advogados, familiares, vizinhos e amigos para levantar pistas sobre o que acontecia dentro da casa e para traçar o perfil de cada integrante da família.</p><p></p><p><b>Você manteve em <i>O Clã </i>os nomes dos personagens verdadeiros. Isso teve complicações?</b><br>É a primeira vez que filmo uma história real e de época. Foi um desafio fazer um filme em que os personagens se chamassem como as pessoas de verdade. Primeiramente, por uma questão de respeito às vítimas e seus familiares. Do ponto de vista legal e de permissões, foi um trabalho bastante complicado. Era importante para mim que os nomes fossem os verdadeiros, porque assim o filme se transforma em um testemunho. <i>O Clã </i>é uma ficção resultado da interpretação dos fatos de maneira dramática. O filme também é um retrato da história argentina recente, da transição da ditadura para a democracia. Estava trabalhando fora da Argentina quando a imprensa divulgou que eu filmaria<i> O Clã</i>. Arquímedes Puccio ainda era vivo e declarou então que gostaria que eu escutasse sua versão dos fatos. Mas, quando eu voltei ao país, ele já estava morto (Arquímedes morreu em 4 de maio de 2013, aos 83 anos).</p><!-- contentFrom:cms -->