<p>O grupo Estado Islâmico vem engrossando suas fileiras com crianças-soldados para repor milhares de combatentes mortos por ataques aéreos realizados pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, segundo um porta-voz das forças militares americanas nesta sexta-feira. </p><p>O coronel Pat Ryde, do Comando Central militar dos EUA, disse que o número de crianças-soldados - alguns com idade de 10 anos - vem crescendo cada vez mais, e que alguns deles estão inclusive matando prisioneiros.</p><p>"Nós estamos vendo essa tendência crescer já há algum tempo. Através de recrutamento forçado, buscam crianças ainda com 10 anos para lutar", disse Ryder, chamando a prática de "obviamente nojenta e ilegal em todas os sentidos".</p><p>"Isso indica o quanto eles precisam substituir suas perdas ocasionadas nos campos de batalha", disse.</p><p>O exército americano não publicou uma contagem oficial de mortes inimigas - tendo sido criticado durante a Guerra do Vietnã pela utilização de "contagem de corpos" como um progresso métrico - durante sua liderança na coalizão internacional, em que realiza ataques aéreos contra combatentes do grupo EI no Iraque e na Síria. </p><p>No enatnto, as estimativas do Pentágono sugerem que o número de extremistas mortos esteja entre 23 e 33 mil.</p><p>Os comentários de Ryder são anunciados um dia depois da divulgação pelo EI de um vídeo que mostra seis de suas crianças-soldados matando oficiais capturados das forças de segurança da Síria. </p><p>Quando são chamados por seu instrutor a "enviar uma mensagem" para os opositores do grupo Estado Islâmico, cinco deles atiram e matam os homens sírios, enquanto o sexto corta a garganta de outro prisioneiro.</p><p>O vídeo, intitulado "Para os Filhos de Judeus", também mostra dezenas de meninos estudando textos religiosos e aprendendo a lutar sem armas. Através de um programa que eles chamam "Filhotes do Califado", o grupo EI providencia treinamento militar e religioso intensivos para crianças das áreas que controla.</p><p>Apesar de crianças-soldados terem sido usadas antes para cuidar de pontos de verificação ou fazer a guarda da inteligência, o grupo começou a usá-los de forma crescente para executar prisioneiros.</p><p>"É apenas doentio", disse Ryder.</p><p>Questionado se a coalizão bombardearia intencionalmente esses meninos ou se a presença deles nos confrontos mudaria as regras militares em relação às ocasiões do uso de forças mortais, Ryder disse que tentaria evitar a morte de "qualquer pessoa inocente no campo de batalha". </p><p>"Mas a realidade é que, se um combatente extremista está armado e atacando, então ele é um alvo militar legítimo", afirmou.</p><p>O americano destacou que a "maioria esmagadora" de combatentes do grupo EI são "militares maiores de idade". </p><p /><p>wat-lby/bbk/jm/mp/cc</p>