O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), decidiu, nesta sexta-feira, suspender o plano de reorganização da rede de ensino paulista. A decisão foi anunciada em entrevista no início da tarde. Durante a coletiva, Alckmin falou em ampliar o diálogo com escolas, pais e alunos:
— Entendemos que devemos aprofundar o diálogo. Vamos dialogar escola por escola. O ano de 2016, que será o ano de implantação, será o ano de aprofundar o diálogo. Alunos vão continuar na escola que já estudam, não haverá mudança.
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Alckmin falou ainda sobre os benefícios da reorganização:
— Avançamos muito com escolas de tempo integral, a maior rede de ensino técnico do país, somos o único estado brasileiro que investe 30% em educação; ninguém investe tanto no Brasil.
O governador do Rio de Janeiro encerrou o pronunciamento com uma frase do Papa Francisco:
— Sempre que perguntado entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma solução sempre possível, o diálogo.
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Segundo informações da Folha de S. Paulo , a decisão ocorre em meio a uma série de manifestações de estudantes contrários à medida, com a ocupação de ao menos 196 escolas e bloqueios, desde o início desta semana, de uma série de vias importantes da cidade de São Paulo. Nesta sexta, a polícia utilizou bombas de efeito moral para barrar uma manifestação de estudantes no centro de São Paulo.
Na quinta-feira, Alckmin já havia trocado o comando das negociações com os estudantes e convocado uma audiência pública para tentar pôr fim à onda de ocupações de colégios no Estado.
O plano de reorganização das escolas, já publicado em decreto, prevê que 754 escolas passem a ter apenas um ciclo de ensino no ano que vem (anos iniciais, finais do fundamental ou o médio).
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O objetivo do governo seria melhorar a qualidade do ensino e evitar que um aluno de seis anos, por exemplo, frequente a mesma unidade de um adolescente de 17 anos. Para a aplicação desse plano, além de 92 escolas fechadas, 311 mil alunos serão remanejados -entre os 3,8 milhões de estudantes da rede.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira mostra que a popularidade do governador Geraldo Alckmin (PSDB) nunca esteve tão baixa. Realizado nos dias 25 e 26 de novembro, o levantamento mostra que 28% do eleitorado paulista qualifica o desempenho do tucano como ótimo ou bom, a menor taxa de aprovação na série de 29 pesquisas do instituto ao longo dos quatro mandatos de Alckmin.
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