![Região do bairro Santana, em Porto Alegre, é pulverizada após caso suspeito de zika vírus Região do bairro Santana, em Porto Alegre, é pulverizada após caso suspeito de zika vírus](http://zh.rbsdirect.com.br/imagesrc/17803446.jpg?w=1024&h=768)
<P>Na manhã desta quinta-feira, agentes da Secretaria Municipal de Saúde, via Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde, pulverizaram inseticida em uma região do bairro Santana. A ação faz parte do combate ao mosquito Aedes aegypti na área, onde há uma pessoa com suspeita de zika vírus. É primeira vez que uma ação preventiva tem como foco a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti na Capital.</P> <P>A mulher de 33 anos é moradora de Niterói, no Rio de Janeiro, e está na Capital visitando parentes. Ela apresentou manchas avermelhadas, conceira e mal-estar, sintomas do vírus, no último domingo e foi encaminhada para o Hospital São Lucas da PUCRS. A Secretaria Municipal da Saúde foi notificada nesta quarta-feira e já realizou o primeiro exame na paciente para confirmar se o caso se trata de dengue ou zika. Dependendo do resultado, ela deve fazer uma nova coleta na segunda-feira.<BR><BR>— Ela está em casa e foi orientada a usar repelente e aparelhos de combate a mosquitos na residência. Pedimos, também, que, na medida do possível, ela fique em casa — relatou a enfermeira responsável técnica pela vigilância epidiomiológica de dengue, chikungunya e zika de Porto Alegre, Adelaide Pustai.<BR><BR>Logo após a notificação da suspeita, a Vigilância em Saúde iniciou a ação de combate ao mosquito.<BR><BR><STRONG> <STRONG>Entenda como o zika vírus se espalhou pelo mundo</STRONG> <BR><BR></STRONG>— Estamos fazendo aplicação de inseticida em um raio de 50 metros de distância da residência onde está a paciente com suspeita de zika vírus ou dengue. Nós não sabemos ainda, mas pode ser zika pelos sintomas que ela apresentou — explicou o veterinário da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde Luiz Felipe Kunz Junior.</P> <P>O bloqueio foi realizado em cerca de 30 imóveis das ruas São Luís, Monsenhor Veras e Veador Porto. Os aplicadores pulverizaram pátios e fachadas de casas e prédios. <BR><BR><STRONG> <STRONG>"Se puder adiar a gravidez, melhor", afirma o deputado federal Osmar Terra</STRONG> <BR><BR></STRONG>Fábio Smaniotto, morador e proprietário de um estabelecimento comercial da Rua São Luís, foi surpreendido pela operação. Sem saber do caso suspeito na região, ele estranhou a movimentação pela manhã e foi buscar informações. Após ouvir as orientações dos agentes de saúde, ele abriu a parte externa do seu comércio para aplicação do inseticida:</P> <P>— Isso é um ato que toda a população deveria fazer. Prevenção nunca é demais. E com a chegada do verão, a tendência é que o mosquito se prolifere ainda mais. </P> <P>Informado sobre o surto de zika vírus em outras áreas do país, o morador Paulo Henrique da Silva Neves também abriu as portas de casa para os aplicadores. Além de permitir a entrada da equipe, Paulo toma cuidado para evitar criadouros do mosquito.<BR><BR><STRONG> <STRONG>Rio Grande do Sul está em alerta para zika vírus</STRONG> <BR><BR></STRONG>— Já tenho essa consciência de não deixar poça d'água. Não podemos deixar que isso perca o controle.</P> <P>Hoje, o bairro Vila Ipiranga, na Zona Norte é o que tem mais infestação do mosquito. De acordo com o veterinário Luiz Felipe, até a quarta-feira foram realizadas mais de 20 capturas nas armadilhas do bairro.</P> <P>A confirmação ou não do primeiro caso de zika vírus de Porto Alegre ficará apenas para 2016. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o laboratório referência para a análise das amostras é o Instituto Evandro Chagas, no Pará. Por essa razão, o resultado deve sair apenas em alguns meses.<BR> <BR><STRONG>Ministério confirma relação entre zika vírus e microcefalia</STRONG> <BR><BR><STRONG>Bloqueios são realizados só em casos suspeitos de zika</STRONG></P> <P>Em 2015, Porto Alegre registrou 17 casos autóctones de dengue, conforme a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde. A última ocorrência foi em maio. Desde então, as autoridades trabalham no combate ao Aedes aegypti através do trabalho de agentes de saúde e uso de armadilhas. Ao todo, são 795 armadilhas espalhadas por 25 bairros. É através delas, que a Vigilância controla os bairros com maior infestação do mosquito, o que varia a cada semana.</P> <P>A operação realizada nesta quinta-feira no bairro Santana teve como objetivo combater a transmissão viral:</P> <P>— Aqui não tem o vírus, mas ele vai vir com as pessoas — afirmou Luiz Felipe.</P> <P>A Vigilância só deve fazer novas aplicações de inseticida em locais próximos de onde vivem pacientes com suspeita de zika vírus e onde houver casos confirmados de dengue.<BR> <BR><STRONG>ZH Explica: o que é e o que causa a microcefalia</STRONG> <BR><BR>— A aplicação não está relacionada só a presença do mosquito — disse Luiz Felipe, explicando que o foco são as áreas onde há circulação do vírus.</P> <P>Como o inseticida só age contra mosquitos adultos, a partir de sexta-feira, agentes de saúde devem visitar o bairro Santana para eliminação dos criadouros.<BR><BR><STRONG>Governo do RS também trabalha no combate ao mosquito transmissor<BR><BR></STRONG>Anunciado na quarta-feira, um comitê intersetorial deve discutir medidas de combate ao Aedes aegypti. Formado por 13 secretarias e da Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs). Na sexta-feira, o grupo deve se encontrar pela primeira vez:<BR>— O envolvimento de todos é fundamental para evitar a chegada do zika vírus no Rio Grande do Sul — falou o secretário da Saúde João Gabbardo.</P> <P>O secretário pediu aos prefeitos que, nas próximas duas semanas, mobilizem todo o maquinário das prefeituras para limpar ruas, terrenos baldios e lixo, locais propícios para a formação de criadouros do mosquito. Paralelo a isso, a Secretaria da Saúde treinará agentes dos municípios para iniciar as visitas domiciliares, que este ano deverão contar com o reforço do Exército, que vai auxiliar as equipes de vigilância no acesso às residências e na identificação dos focos da dengue.<BR><BR> <P> *Zero Hora e Rádio Gaúcha </P>