É certo que você já viu e talvez até tenha tentado chacoalhar uma daquelas máquinas automáticas onde se coloca uma moedinha, escolhe um refrigerante ou outra guloseima e o produto cai em uma gaveta, para ser retirado.
Há dois meses, surgiu uma dessas no Aeroporto Salgado Filho. Mas isso não seria novidade nenhuma se não fosse o produto atípico que rola prateleira abaixo. O equipamento de autosserviço em questão vende botões de rosa e pequenos arranjos de flores naturais. O cliente paga com cartão de crédito ou débito, e os preços variam de R$ 14,90 a R$ 29,90.
Durante o tempo que o ZH Pelas Ruas permaneceu ao lado da Flower Machine, ninguém comprou alguma flor — mas muitas pessoas, na maioria mulheres, pararam para observar.
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A empreendedora Rodicini Garcia de Araújo, 61 anos, nunca tinha visto, e ficou admirando a máquina. Não adquiriu sequer uma flor para presentear a cunhada que chegava da Bahia porque fugia do seu orçamento, mas prevê que a máquina terá utilidade a quem está atrasado e esqueceu de comprar um presente, ou então para os namorados que aguardam suas amadas na área de desembarque.
— Achei lindo. Uma coisa nova, super interessante — ressalta.
A Flower Machine pertence a uma empresa com sede em Curitiba (Paraná). As flores são cultivadas em São Paulo, Santa Catarina e até na Colômbia, de acordo com o diretor-geral da Esalflores, Bruno José Esperança.
Um funcionário de Porto Alegre vai de duas a quatro vezes por semana até o equipamento para repor o estoque e retirar as flores que já ficaram feias — a durabilidade delas dentro da máquina é de quatro a cinco dias. Para tornar viável o armazenamento, o equipamento tem um sistema de refrigeração e umidificação. Esperança destaca que a demanda tem aumentado 14% ao mês, e que a recepção tem sido boa em Porto Alegre
— É um público bastante romântico — diz.
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Foto: Jéssica Rebeca Weber/ Agência RBS
