A série “Senna” da Netflix, dedicada a retratar a vida do tricampeão de Fórmula 1, aborda aspectos profissionais e pessoais do piloto, trazendo à tona seus momentos de angústia e ansiedade em busca de respeito no automobilismo.
A produção conta com a aparição de várias figuras da cultura pop brasileira e do esporte, sendo a mais marcante a presença de Xuxa Meneghel, interpretada por Pamela Tomé, apontada como suposto grande amor da vida de Senna.
Contudo, uma das ausências mais notadas foi a de Adriane Galisteu, namorada de Senna no período final de sua vida. Os dois eram um casal quando ele sofreu o acidente fatal em Imola, na Itália, em maio de 1994. Galisteu aparece brevemente na série, num encontro entre ambos no GP de Interlagos de 1993. Após um breve diálogo e um beijo, ela deixa um número de telefone com Senna e desaparece da trama, aparecendo apenas em cenas rápidas relacionadas à morte do piloto.
A reduzida aparição de Galisteu na série, que não explora o relacionamento dos dois além desse curto encontro, foi exigência da família dele. A autorização à Netflix só ocorreria se a produção reduzisse ou removesse Galisteu. Apesar das negociações, a série acabou por retratar Galisteu de forma mínima e desonesta, gerando especulações sobre a veracidade da disputa entre a Senna Brands e a Netflix.
Viviane Senna já acusou Galisteu de explorar a memória de Ayrton em benefício próprio. “Adriane não tem o direito de falar da vida de Ayrton. Essa moça sempre utiliza a imagem de meu irmão para se promover. Isso não é novo. Nós só achamos que, se ela está precisando de dinheiro, deveria trabalhar como todo mundo e parar de explorar a imagem de um morto”, disse, como se ela mesma não fizesse isso.
A irmã também nega que Senna quisesse casar com Galisteu. Ele lhe teria dito que não havia “encontrado a mulher certa”, frase feita que ninguém fala na vida real. Galisteu, interpretada pela atriz Julia Foti, teve apenas três minutos de tela. Já Xuxa, com quem ele namorou brevemente e preferida da família, tem um episódio inteiro dedicado ao relacionamento.
Em meio à polêmica, Adriane Galisteu se manifestou no Instagram. “A história do Ayrton é muito maior que minha relação com ele”, escreveu.
Ela prosseguiu:
Estou aqui para agradecer o carinho e o cuidado de vocês comigo. Sei que vocês estão curiosos para saber minha opinião sobre tudo que está acontecendo. Todas as homenagens, sejam elas em forma de livro, filme, DVD, série, minissérie que dizem respeito ao Ayrton são todas maravilhosas, merecidas e muito, mas muito bem feitas. Nós temos a obrigação de perpetuar a história do Ayrton para todas a gerações. Eu sou a primeira a ver, a primeira a aplaudir, a primeira a me emocionar e levantar todas aas bandeiras e dizer que a história dele tem que ser contada sempre.
Eu sei que todos os artistas envolvidos deram o melhor e foram escolhidos a dedos para fazer o melhor. fizeram o melhor, foram contratados para fazer o melhor. A gente nunca pode deixar essa história morrer. Mas vocês sabem que eu nunca escondi que a história do Ayrton foi muito maior do que meu relacionamento com ele. Meu relacionamento com ele foi o último ano e meio da vida dele. Porém, foi ao meu lado, e essa história também me pertence. Foi uma história vivida intensamente, cheia de amor, diversão. Um Ayrton completamente diferente daquilo que vocês já viram.
Eu vivi essa história, e eu estou falando para vocês não o que ouvi, o que vi, mas sim o que senti. Eu vivi. O que está acontecendo agora é a vida como ela é. É a vida como ela sempre foi, pelo menos para mim. A única novidade é que talvez esteja considerando contar pela primeira vez esse último ano e meio dele.
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