A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) uma nova operação para aprofundar o envolvimento de militares das Forças Especiais do Exército em um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022.
A operação cumpre a prisão preventiva de quatro militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, e um policial federal suspeitos de envolvimento nos fatos.
Os militares alvos de prisão são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Também é alvo Wladimir Matos Soares, policial federal.
O alvo de mais alta patente é o general da reserva Mario Fernandes. Ele foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro e chegou a ocupar interinamente o comando da pasta, além de ter atuado no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) de março de 2023 a março de 2024.
Segundo apurou a reportagem, dois deles — os tenentes-coronéis Rodrigo de Azevedo e Hélio Lima — estavam escalados na segurança do G20, no Rio de Janeiro, e foram detidos no Comando Militar do Leste.
Os indícios colhidos pela PF apontam que os alvos da operação elaboravam em 2022 um plano de golpe que incluía a execução dos presidente e vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, além do ministro do STF Alexandre de Moraes, que vinha sendo alvo de monitoramento.
Essas novas provas foram obtidas a partir da análise do material apreendido com militares alvo de operação em fevereiro deste ano, para apurar o caso do plano de golpe.
As minúcias da preparação do golpe incluíram o levantamento dos nomes, das rotinas e até do armamento usado pelos responsáveis pela segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mesmo trabalho foi feito em relação aos seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas. Pelo tipo de informações coletadas por eles, fica evidente que os golpistas se preparavam para a eventualidade de um confronto armado e violento com os seguranças do presidente e do ministro.
No dia da tentativa de golpe, nem Lula nem Moraes estavam em Brasília. Lula havia viajado para Araraquara, no interior de São Paulo, e Moraes tinha ido para Paris, França.
Policial federal e candidato derrotado a prefeito do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem dirigiu os arapongas da Abin por nomeação de Bolsonaro. Ele foi convocado e prestou depoimento à Polícia Federal esta semana no inquérito sobre o golpe.
No dia seguinte a Ramagem, prestou depoimento à PF o general Nilton Diniz Rodrigues. Atualmente, ele comanda a Segunda Brigada de Infantaria de Selva, baseada em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Na época do golpe, ele ainda era coronel. Condecorado com a medalha do Pacificador, entre outras, Diniz Rodrigues se formou no curso de Forças Especiais em 1998.
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