Quem lê o período acima, aprovando a ideia, desconhece a função do preço na economia de mercado , não tem conhecimento e por isto deve considerar adequada e mesmo racional essa lei nova-iorquina. No entanto, ainda que bem-intencionada, ela presta um desserviço ao mercado — aos consumidores e fornecedores. Ao interferir na liberdade de determinação de preços, o governo impede o equilíbrio entre procura e oferta, tirando o dinamismo do mercado.
A empresa Uber ou qualquer outra ao ajustar os seus preços à demanda força o ajuste entre oferta e procura. Quando os preços estão mais baixos, devido à pouca demanda, mais consumidores tendem a usar o serviço não deixando ociosa a frota de veículos. Ao contrário, quando os preços estão mais altos os usuários tendem a se adaptar buscando outros meios de transporte ou outro horário mais econômico.
A economia funciona melhor em ponto de equilíbrio. Se as empresas não conseguem melhorar o seu ganho nos momentos de pico, não poderão, sem risco de quebrar, operar preços mais baixos em momentos de pouca demanda. O resultado da média é o ideal.
O economista Milton Friedman, no seu livro “A Liberdade de Escolher”, foi muito didático ao explicar a função do preço na economia. Mostrou que mais do que simplesmente estabelecer o valor de um bem ou serviço, o preço é o único sinalizador capaz de, com simplicidade, transmitir a infinidade de informações do mercado para orientar os produtores e consumidores. Nenhuma mente humana é capaz de dominar todas as variáveis de itens que compõem o preço de um produto.
A economia, como a natureza, se deixadas sem interferência externas ao mercado, sempre tendem ao equilíbrio entre a oferta e a procura, fazendo que nem faltem bens e serviços e nem sobrem. O ideal para todos é que não faltem os produtos que deseja e nem sobrem nos estoques dos produtores. O que gera em uns frustração e nos outros prejuízos.
Sob um ponto de vista “estático”, que olha o fato como uma fotografia, nada mais natural do que censurar o oportunismo dos fornecedores de bens e serviços ao aumentar os preços em momentos de aumento da demanda. Ainda que nenhum destes críticos pagaria os mesmos preços em momentos de baixa demanda quando sobram ofertas. Acreditam eles ser justo não pagar mais quando há escassez, mas não pagariam mais em situações de crise de mercado.
Já olhando com uma visão “dinâmica”, como assistindo a um filme, é do interesse da economia que os agentes econômicos ajustem os preços de acordo com a demanda. Preços mais baixos, quando a demanda cai, estimulam o consumo e alertam os produtores a reduzir a oferta — reequilibrando o mercado. Tanto o excesso de produção sem consumo, como a procura sem a devida oferta são desperdícios econômicos.
Quando os preços sobem, os consumidores, por racionalidade, mudam de comportamento substituindo o produto ou racionando o seu uso. E os fornecedores, diante de melhor remuneração, aumentam a oferta. Muitas vezes tornando viável o uso de insumos antes considerados elevados diante do valor final do produto acabado.
Haja ignorância.
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