Dois grandes veículos da imprensa estadunidense declararam apoio à campanha de Kamala Harris na disputa presidencial da maior economia do planeta. O jornal “The New York Times” e a revista “The New Yorker” publicaram editais, no domingo, 29, e na segunda, 30, endossando a candidatura da democrata.
Historicamente, ambos veículos têm declarado apoio aos candidatos democratas. As publicações têm grande relevância no cotidiano do país.
No editorial do “The New York Times”, intitulado “A única escolha patriótica para presidente”, Harris aparece como uma servidora pública que dedicou sua vida ao cumprimento da Constituição, enquanto seu oponente, Donald Trump, é posto como uma clara ameaça para a democracia norte-americana. “Difícil imaginar um candidato que menos merece ser presidente dos Estados Unidos do que Donald Trump”, iniciam o texto.
O editorial termina a comparação entre os dois candidatos colocando Harris isolada no páreo.”Como uma dedicada servidora pública que demonstrou cuidado, competência e um compromisso inabalável com a Constituição, a Sra. Harris está sozinha nesta corrida”.
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Apesar dos elogios a Harris, a inaptidão de Trump parece ser o maior trunfo da democrata: “Ele [Trump] provou ser moralmente inapto para um cargo que pede a seu ocupante que coloque o bem da nação acima do interesse próprio. Ele provou ser temperamentalmente inapto para um papel que requer as mesmas qualidades — sabedoria, honestidade, empatia, coragem, contenção, humildade, disciplina — que ele mais carece”.
Além do temperamento do ex-presidente republicano, o jornal colocou uma série de processos criminais que Trump enfrenta na Justiça como pontos que o afastam da Casa Branca.
Um ponto de crítica do “The New York Times” a Harris foi a retórica adotada na campanha até o momento. A vice-presidente se coloca como a escolha óbvia para salvar a nação e a democracia de um novo governo de Trump, mas esquece de, de fato, comunicar ao eleitor seus planos para um eventual governo.
“Ela pode não ser a candidata perfeita para todos os eleitores, especialmente aqueles que estão frustrados e irritados com as falhas do nosso governo em consertar o que está quebrado — do nosso sistema de imigração às escolas públicas, aos custos de moradia e à violência armada”, concluem.
A revista estadunidense reforça a incapacidade de Trump frente à experiência de Harris. “Como presidente, ele amplificou algumas das correntes mais feias em nossa cultura política: nativismo, racismo, misoginia, indiferença aos desfavorecidos, isolacionismo amoral. Seu narcisismo e crueldade casual, seu desprezo pela verdade, contaminaram a vida pública”, colocam.
“The New Yorker” afirma que Harris possui “os valores básicos e a habilidade política que a possibilitam encerrar de uma vez por todas a era venenosa” que viria com um novo governo de Donald Trump. A revista coloca o republicano como “ameaça” que vive na “costa da Flórida”, e faz comparação com a década de 1940, quando os Estados Unidos foram resistência ao fascismo que ascendia globalmente.
“Harris merece enorme crédito por assumir destemidamente o papel que o destino lhe reservou. Diante de um oponente maligno, ela se comportou com equilíbrio, convicção e inteligência”, afirmam ao dizer que a democrata possui capacidade para aprimorar políticas públicas exitosas do governo Biden. “muito mais sanidade e humanidade” do que Trump, concluem.
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