Julia Maia compartilhou sua trajetória e desafios enfrentados na preparação para as Olimpíadas com exclusividade ao Jornal Opção. Apesar de ter feito parte da seleção brasileira de breaking, ela destacou que a vaga olímpica não era garantida.
No mês de agosto, pela segunda vez, Julia Maia ganhou o Prêmio Red Bull BC One Cypher Brasil. Esse torneio é conhecido por ser um dos maiores do país na modalidade.
“Eu fiz parte da seleção, mas isso não garante nenhum atleta de participar de uma Olimpíada”, afirmou. Maia, que atualmente ocupa o segundo lugar no ranking nacional, participou de todos os campeonatos brasileiros de breaking sport.
O principal obstáculo, segundo Maia, foi a falta de organização da confederação nacional. Para se classificar às Olimpíadas, era essencial pontuar bem no ranking internacional da WDSF, e para isso, os atletas precisavam competir em torneios internacionais entre 2022 e 2024.
Contudo, a confederação demorou a estabelecer um processo claro para o ranking nacional, dificultando o acesso dos atletas brasileiros às competições internacionais. “Na falta de processo, a confederação tinha o poder total de escolha, o que acabou gerando um processo injusto”, relatou Maia.
Aqueles que receberam suporte da confederação desde o início do processo acabaram com vantagem sobre os demais. Além disso, a ausência de programas de base para jovens atletas e a falta de equipe técnica para apoiar a seleção foram fatores que, segundo Maia, prejudicaram o desenvolvimento do esporte no Brasil. A comunicação também foi apontada como falha: “Nossa confederação sempre demonstrou grande dificuldade com a comunicação.”
Frustrada com o cenário brasileiro, Maia optou por se desvincular da seleção. Apesar disso, ela segue sua carreira e ensina breaking para as crianças da vizinhança na pista que construiu na frente de casa.
Agora, ela criou nas redes sociais o quadro “Breaking News”, em que dá notícias e opiniões sobre o cenário brasileiro de Breaking. Assista os vídeos no Instagram da Julia Maia.
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