A cidade de Goiânia continua a enfrentar um expressivo déficit de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e escolas integrais. Os dados mais atualizados da Secretaria Municipal de Educação (SME) revelam que o déficit na Educação Infantil da Capital é de 10 mil vagas. O titular da pasta, Danilo de Azevedo Costa, assumiu a função na semana passada e não conseguiu atender à imprensa.
Ao Jornal Opção, Marcelo Ferreira, superintendente pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, disse que a pasta fez um diagnóstico da situação pedagógica da rede municipal. “A Secretaria resolveu grande parte do déficit da educação infantil, mas na faixa até os 3 anos (que não é obrigatória), a Prefeitura ainda não consegue atender toda a demanda”, afirmou.
Ele trabalha com crianças da faixa etária entre um a oito anos, e adolescentes até 14 anos. “Apesar dos esforços, que gerou 10 mil novas vagas, ainda temos um déficit na educação infantil”, complementa Marcelo. Apesar da Capital ter conquistado o 1º lugar no IDEB em anos iniciais de formação, ela ainda enfrenta irregularidades no tratamento e no acolhimento de crianças matriculadas nos Cmeis.
Em 2023, com Rodrigo Caldas à frente da pasta, o déficit era de cerca de 9 mil vagas. Em 2024, mães seguiram relatando ao Jornal Opção dificuldades em conseguir vagas para seus filhos, evidenciando que o problema persiste e que soluções efetivas ainda não foram implementadas para atender à demanda crescente.
Além da escassez de vagas, o ano letivo começou com outros problemas, como: falta de professores, servidores, material escolar, uniformes e, até mesmo, com denúncias de crianças dormindo no chão por falta de colchões.
Muitas crianças que dependem do ensino público para ter uma perspectiva de vida, acabam desmotivadas, podendo deixar de ver a educação como caminho. Isso porque, historicamente, o ensino público no país é sucateado e recebe pouco investimento. Atualmente, o percentual de crianças alfabetizadas em Goiânia é de 66%, segundo a SME.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a faixa etária da Educação Infantil no Brasil abrange crianças de 0 a 5 anos de idade. A Educação Infantil é dividida em duas etapas: creche, que atende crianças de 0 a 3 anos, e pré-escola, que atende crianças de 4 a 5 anos.
Questionado sobre a saúde mental das crianças e adolescentes, Marcelo Ferreira afirmou que a secretaria enfrenta um desafio: estudantes desmotivados. Ele ressaltou, no entanto, que trabalha arduamente para despertar o interesse e o compromisso com os estudos.
“Sabemos que é fundamental o envolvimento e a responsabilidade de todos nesse processo. Implementamos projetos voltados para a moral, o meio ambiente, e iniciativas como o “Estudante Destaque”. Mantemos um diálogo constante com os alunos para entender suas dificuldades e orientá-los da melhor forma possível”, afirmou o superintendente pedagógico.
“Também promovemos monitoria para aqueles que estão mais fragilizados academicamente, e mantemos uma comunicação ativa com as famílias, buscando juntos soluções para reverter essa situação”, completou Ferreira.
Liana Gusmão, gerente de Inclusão, Diversidade e Cidadania, diz ao Jornal Opção que elaborou no ano passado uma cartilha sobre adoecimento mental, focada em melhorar as questões emocionais nas escolas.
“Em 2024, o foco está nas competências socioemocionais, com orientações direcionadas às unidades escolares sobre todas as doenças mentais. Ao longo do ano, serão realizadas palestras, reuniões e ações locais, além da implementação de um sistema de monitoramento da violência”, pontua Gusmão. Em setembro (que carrega a temática de saúde mental), haverá um evento especial sobre o tema.
O post Goiânia enfrenta déficit de 10 mil vagas na educação municipal infantil apareceu primeiro em Jornal Opção.