O apresentador Luciano Huck, da Rede Globo, viajou para a Ucrânia e entrevistou o presidente Volodymyr Zelenksy. A gravação ocorreu na capital do país, Kiev, e fez parte de um documentário para o Globoplay. Na ocasião, o apresentador quis investigar a sua ancestralidade, já que possui avós ucranianos.
Entretanto, a viagem de Huck para Ucrânia, em meio à guerra contra os invasores russos, gerou uma observação do colunista Jeff Benício, do portal Terra. Conforme o jornalista, essa foi a primeira vez que algum repórter brasileiro entrevistou o presidente ucraniano ao vivo. Em outros casos, as conversas foram virtuais.
Benício relembra que em outras guerras essa não era a situação, o jornalismo brasileiro estava presente nos campos de batalha com várias equipes. Ele cita que durante o conflito no Afeganistão, no início dos anos 2000, a repórter Ana Paula Padrão se arriscava no país dominado pelo Talibã. Ao mesmo tempo Pedro Bial e Marcos Uchôa também eram vistos trabalhado em meio ataques de artilharia na Bósnia e Iraque respectivamente.
Em um caso emblemático, o colunista relembra que dois repórteres da Globo, Hermano Henning e Ernesto Paglia, até conseguiram uma entrevista exclusiva com o ditador Saddam Hussein durante a guerra Irã-Iraque, nos anos 1980.
Por isso, ele critica o atual posicionamento da emissora que abandonou esse perfil e começou a passar mais jornalistas correspondentes. Repórteres longe do conflito e em segurança dentro dos estúdios, algo que ele considera “mais burocrático”. Ao mesmo tempo, ele elogiou a façanha de Huck de realizar essa entrevista diante dessa nova postura da Globo.
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