A Faculdade de Direito da UFG é a mais antiga instituição de ensino superior do Estado de Goiás, sendo a sexta mais antiga do Brasil. Fundada em 1898, ela perde apenas para as Faculdades de Recife, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto.
O início de sua história foi turbulento, apesar de ter sido oficialmente inaugurada em 1903, a instituição fechou suas portas entre 1909 e 1915. Depois, fechou novamente em 1920, mas conseguiu retornar ainda no mesmo ano.
A ex-diretora da Faculdade de Direito da UFG, Bartira Macedo, explica que a instituição teve um período de grande instabilidade até que foi federalizada e transferida da Cidade de Goiás para a cidade de Goiânia. A transferência aconteceu em 1937 e a faculdade foi incorporada pela UFG em 1960.
Depois, durante o período da Ditadura Militar, os cursos mais prestigiosos da faculdade foram para a Praça Universitária e é neste local que a Faculdade de Direito está até hoje. Separados do campus principal da UFG (no Setor Itatiaia), na Praça Universitária estão cursos como: direito, engenharia, medicina, enfermagem e odontologia.
Segundo o portal da UFG, o espaço atual da Faculdade de Direito conta com uma área edificada de 4.467,94 m², em três pavimentos, onde funcionam: a parte administrativa, acadêmica e de pós-graduação além de um auditório com capacidade para 410 lugares e um Salão Nobre com capacidade de 220 lugares.
No mesmo espaço, sem vínculo administrativo com a faculdade, também funciona o 4° Juizado Especial Cível, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e duas livrarias jurídicas. Estima-se que existam atualmente 600 alunos de graduação e 350 de especialização na Faculdade de Direito da UFG.
Em agosto de 2017, logo antes da instituição completar seus 120 anos de existência, Bartira Macedo foi a primeira mulher eleita Diretora da Faculdade de Direito da UFG. Na galeria de ex-diretores, é possível ver as fotos dos 29 homens que a antecederam.
Ela ocupou o posto até 2021, e nesse período, se orgulha de diversas conquistas. “Foi nessa época que instalaram o mestrado em Direito e Políticas Públicas e criamos o primeiro doutorado em direito do Centro-Oeste, com exceção da capital federal, claro”.
Segundo Bartira, a Faculdade de Direito da UFG é a mais tradicional de Goiás. E os intelectuais do direito, as pessoas que criaram as instituições jurídicas de Goiás e vários representantes políticos se formaram ali.
“Por isso eu acredito que a Faculdade de Direito tem um papel muito importante na formação e na qualificação dos juristas, que refletem a qualidade das decisões jurídicas de Goiás”, disse ela.
De acordo com a advogada e professora, não havia esse foco específico em sua mente na época da eleição, “mesmo assim foi um momento histórico e marcante na UFG”, relata.
Ela também conta como era o trabalho constante para conseguir realizar manutenções e inovações na instituição. Desde parcerias com órgãos públicos e instituições jurídicas, até a disponibilização de especializações.
“Existia há muito tempo o mestrado em Direito Agrário, mas não existia nenhum doutorado em Direito no Estado de Goiás. Isso foi uma conquista da minha gestão, que se tornou realidade em 2021”.
Sobre o machismo no direito, que é um campo predominantemente masculino (ainda mais em posições de poder), Bartira também se pronunciou.
“A nossa construção do modo de pensar a sociedade, o direito e a justiça vem de um ponto de vista patriarcal. Então, eu acredito que representei bem esse avanço das mulheres em espaços de poder”, declarou após um momento de reflexão.
Nascida em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, em 1970, Bartira chegou em Goiás com sete anos de idade, em 1977. Ela, que se diz “goiana de coração e criação”, mora em Goiânia, desde a infância. Inclusive, estudou na Escola Municipal Pedro Xavier Teixeira, no Setor Novo Horizonte.
Por conta de uma tia, com quem morava, que era professora e diretora do colégio, ela tinha vários livros didáticos pela casa em que cresceu. E ela sempre gostou de se dedicar aos estudos.
Foi no ano de 2006 que ela recebeu a aprovação no concurso da Universidade Federal de Goiás e se tornou professora do curso de direito. No seu currículo consta graduação em Direito pela PUC-GO, especialização em Direito Processual Penal pela Faculdade de Direito da UFG, mestrado em Ciências Penais (também pela UFG) e doutorado pela PUC-SP em História da Ciência.
Além disso, depois de sua experiência como diretora, ainda conquistou dois títulos de pós-doutorado na PUC-GO em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento; e em Direito Constitucional pela Universidade de Valência, na Espanha.
Após essas experiências, em 2023, Bartira requisitada pelo Ministério de Direitos Humanos para atuar como assessora técnica da Coordenação Geral de Segurança Pública do ministério. “Nesse período fiz notas técnicas para auxiliar o posicionamento do Governo Federal”. Atualmente, ela é candidata à vice-prefeita de Goiânia ao lado de Matheus Ribeiro, ambos do PSDB.
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