Aila Raquel Ribeiro, CEO e fundadora da startup Alya Space, está à frente de um projeto revolucionário no setor espacial: a criação de uma constelação de satélites brasileiros. Desde 2019, a empresária baiana desenvolve uma série de satélites que visa oferecer imagens e monitoramento de alta resolução para aplicações econômicas e ambientais. O primeiro satélite da série está previsto para ser lançado em dezembro, com negociações em andamento com agências espaciais para definir a data exata.
Iniciativa pioneira sem formação técnica específica
Apesar de não ter graduação em engenharia aeronáutica, astronomia, matemática ou física, Aila Raquel Ribeiro, formada em arquitetura e urbanismo, viu a oportunidade de criar a Alya Space ao enfrentar altos custos para adquirir imagens de alta precisão para um projeto. “Percebi que havia uma lacuna significativa, pois não tínhamos satélites brasileiros para fornecer imagens a preços acessíveis”, afirma.
Tecnologia avançada para diversas aplicações
A constelação da Alya Space proporcionará serviços de monitoramento quase em tempo real em qualquer condição climática. Os satélites terão aplicações em agricultura, mineração, petróleo e gás, proteção ambiental e gestão de desastres, além de contribuir para o desenvolvimento de cidades inteligentes. O sistema da startup combina sensoriamento remoto óptico com tecnologia de radar e planeja lançar 216 satélites em duas fases – Alya 1 e Alya 2, com 108 satélites cada.
Parceria estratégica e avanços no projeto
A startup estabeleceu uma parceria com a Hong Kong Aerospace Technology Group, escolhida após uma extensa pesquisa internacional pela sua capacidade de produção em larga escala e qualidade. “Encontramos na Hong Kong Aerospace Technology Group a integração rápida e de alta qualidade que não conseguimos na Europa”, destaca Aila. O primeiro satélite já foi integrado e testado, aguardando agora a confirmação da data de lançamento.
Desafios e perspectivas futuras
O custo estimado para cada satélite é de € 1,2 milhão (aproximadamente R$ 7,3 milhões), incluindo licenciamento, lançamento e integração dos sensores. Aila está em contato com lançadores internacionais, incluindo a Agência Espacial Francesa e empresas na Índia e na Rússia, com a expectativa de utilizar a base de Alcântara, no Maranhão, para os lançamentos futuros. “Alcântara oferece uma localização estratégica que economiza combustível e acelera o alcance da órbita”, explica.
Expansão e inovação no Brasil
Além do lançamento do primeiro satélite em dezembro, a Alya Space planeja construir estações terrestres no Brasil para controlar e rastrear os satélites. A empresa também está formando parcerias com universidades brasileiras. Embora haja concorrentes internacionais, Aila acredita que será a primeira mulher da América Latina a lançar um satélite em órbita como CEO e fundadora de uma startup espacial.
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