Por que a
democracia brasileira não morreu? Essa é a pergunta que dá título à
nova obra dos cientistas políticos
Marcus André Melo e Carlos Pereira. E a resposta curta a ela, que avanço por minha conta, é "por causa do centrão". A ideia central do livro é que os mesmos ingredientes institucionais que geram essa coisa amorfa e fominha que é o centrão também serviram para frear os ímpetos autoritários de Bolsonaro que, se pudesse, teria desferido um golpe.
Cada democracia tem seu mix de freios e contrapesos. No caso brasileiro temos uma
Presidência com poderes fortes escolhida num sistema eleitoral majoritário em dois turnos. Mas temos também uma
Câmara eleita por voto proporcional de lista aberta em âmbito estadual. Se o primeiro elemento dá feições plebiscitárias às grandes questões, o segundo tende a gerar um Legislativo fragmentado, que distribui poder de veto a vários atores, favorecendo um sistema de busca por consensos, que é reforçado pela existência de uma segunda casa legislativa e
um Judiciário forte.
Leia mais (07/13/2024 - 13h35)