Com medo da prisão, ex-ocupante do Palácio do Planalto isentou STF e PF pelo inquérito que foi o motivo de seu depoimento na tarde de hoje
247 - Após prestar depoimento à Polícia Federal na tarde desta terça-feira (27), Jair Bolsonaro (PL) tentou desvincular a responsabilidade das instituições policiais e judiciárias em relação ao inquérito que o investiga por importunar uma baleia-jubarte no litoral norte paulista, em junho de 2023. Em declarações à imprensa após o depoimento, Bolsonaro atribuiu a iniciativa da investigação à ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e eximiu tanto a PF quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) de qualquer envolvimento direto.
"Fui muito bem tratado pela Polícia Federal e deixar claro: não é a PF que teve iniciativa disso ou alguém do Supremo Tribunal Federal; foi da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente. Ela determinou que o seu ministério provocasse o Ministério Público", declarou Bolsonaro, em entrevista à revista Oeste, conforme noticiado pelo Metrópoles.
“Lá no depoimento, confirmei que era e lá no jet ski, não vou negar nem pedir perícia disso, e descrevi como tudo aconteceu. Eu vi um grupo de pessoas em embarcações, me aproximei e a baleia surgiu ali, nuns 15, 20, ou 30 metros na minha frente. Deixei em ponto morto o jet ski. Quando ela mergulhou uma segunda vez eu dei uma ré e fui cuidar da minha vida, do meu passeio. Não tenho nenhum prazer em ver baleia por aí”, afirmou.
Vale lembrar que a legislação prevê pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa, em casos de "molestamento intencional".
As acusações contra Bolsonaro derivam de uma viagem a São Sebastião, onde teria circulado de jet-ski a uma distância de cerca de 15 metros de uma baleia, violando uma portaria do Ibama que proíbe aproximações a menos de 100 metros de distância de baleias com motor ligado.