Além de eliminar focos de água parada, utilizar repelente e telar janelas e portas pode ajudar a evitar o contágio
Com o período chuvoso que se estende até março, no Brasil, existe o risco de um aumento substancial nos casos de dengue. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até outubro de 2022, já havia registrado um aumento de 185% dos casos da doença quando comparado com o ano anterior. A maior taxa de incidência em todo o país se concentra no Centro-Oeste: Brasília, Goiânia e Aparecida de Goiânia são os municípios com mais casos prováveis identificados.
É verdade que nos últimos dois anos grande parte dos recursos estiveram voltados para o combate à pandemia de Covid-19, mas há outras causas. “Os esforços de conscientização se concentram em períodos específicos, quando há aumentos do foco do mosquito e um maior trabalho de fiscalização, mas falta um planejamento estratégico para lidar com o problema na base e a longo prazo”, afirma Jaqueline Rodrigues Stefanini, docente do curso de enfermagem.
De acordo com a graduanda, as campanhas pontuais são importantes, mas insuficientes para resolver a epidemia. “Para ser efetivo, o combate à dengue requer políticas públicas articuladas e intersetoriais. Isso vai desde a educação da população – na atenção com o lixo e gestão dos espaços privados, por exemplo – até a articulação de um espaço público mais eficiente do ponto de vista urbanístico e ambiental. Hoje, o que vemos é um esforço para combater o surto, mas depois de um tempo – quando os casos diminuem – há uma interrupção do trabalho e o ciclo se repete”, pontua.