Aquecimento. Ecologia. Devastação.
O planeta pede socorro.
Neno e Licinha tinham esperanças.
-É preciso fazer alguma coisa.
-Claro, amor.
Os dois jovens estudantes amavam a natureza.
-Foi uma delícia o banho de cachoeira, né?
-Nossa, Neno. Tão bom?
A tarde caía serena nas alturas de Atibaia.
-Friozinho, né...
-Tão gostoso.
Era o primeiro fim de semana do casal longe dos pais.
-Tá com fome, Licinha?
-Hãã? não sei. Você tá?
-Neno.
-O que foi?
-Nenôô?
O rapaz continuava sem entender.
Licinha pegou o cobertor xadrez.
-Quentinho esse cobertor, né?
-Hã. Quer que eu faça um macarrão?
Licinha sorriu entre as franjas do cobertor.
-Nenôô?
-Hã.
-Você me acha bonita?
-Ué. Claro.
-Bonita como?
Neno se lembrou de uma redação do vestibular.
-Linda como um céu despoluído? ou como?
Ele pensava.
-Como flores intocadas na paisagem?
-Neno, vem cá.
-Ou como as montanhas? Espera? como é que eu escrevi mesmo?
Licinha levantou-se com irritação.
-Idiota. Vou voltar para São Paulo.
Neno achou uma injustiça.
Mas o amor, por vezes, é como uma conferência do clima.
Palavras não bastam.
É preciso partir para a ação.
Leia mais (11/10/2021 - 10h00)