Para algumas pessoas, a ideia de esperar para adquirir algo pode soar como uma situação torturante. Para outras, não passa do habitual. Cupons, aplicativos e datas especiais se tornam ferramentas importantes nas mãos de consumidores que planejam suas compras. Em contrapartida, também podem ser gatilhos para aqueles que se consideram compulsivos.
Com a Black Friday se aproximando, e ganhando cada vez mais expressão no Brasil, algumas pessoas já possuem a lista de desejos em mãos. Já outras acreditam que existem momentos do ano considerados melhores para garantir um objeto ou serviço com desconto.
Alessandra Martins, de 40 anos, conta que procura por liquidações o ano todo. Seja para produtos, como roupas e livros, ou serviços, como salões de beleza, a call-center.
Ela afirma que busca pelo que é mais barato, e que na Black Friday fica de olho nas promoções virtuais. “Gosto muito de comprar pela internet nesta época do ano. Costumo comprar muitos livros, porque em algumas promoções o frete é grátis, então, além de ser mais barato, tem a vantagem de algumas empresas não cobrarem frete. Acaba sendo vantajoso”, diz Alessandra.
“Também procuro por eletrodomésticos. Já comprei secador pela metade do preço, comprei chapinha, escova elétrica para os cabelos…”. Ao ser questionada sobre sua melhor compra na Black Friday, Martins diz acreditar que tenham sido dois aparelhos celulares pelo preço de um, em 2016.
Sobre a veracidade das promoções, Alessandra diz que nem tudo vale a pena. Para ela, outros períodos também são interessantes para fechar negócio. “Acredito que tem descontos sim, mas em muitos lugares, tem muito enganação. Muitas pessoas tentam ser oportunistas. O período em que mais compro é no início do ano, considero uma boa data”, pondera.
“Especificamente este ano não estarei procurando por nada na Black Friday, por estar guardando dinheiro para uma outra ocasião, mas se eu tivesse me programado estaria à procura de móveis para meu apartamento novo”.
A estudante Isabela Fernandes, de 22 anos, já comprou sapatos, acessórios e produtos para pele por indicação de blogueiras e digitais influencers. Sempre conectada, ela afirma que se considera controlada, mas sabe que a Black Friday tende a despertar seu “lado consumista”.
“Boa parte das coisas que eu compro é por influência. Não utilizo métodos fixos para conseguir descontos, mas sempre estou de olho em blogueiras, para ver se rola algum cupom. Eu acho que até consigo me controlar bem, em relação a compras, mas a Black Friday impulsiona sim o espírito compulsivo, porque você olha o preço mais baixo e sente a necessidade de aproveitar, mesmo que não esteja precisando daquilo”, confessa a estudante.
Ela revela seus planos para a data preferida dos consumistas de carteirinha. “Este ano quero comprar uma mala na Black Friday, mas não sei se vou encontrar. De toda forma, sei que comprarei livros, com certeza”.
Já Victor Perrinchelli, gerente de vendas, de 24 anos, acredita que o segredo para uma boa compra é o planejamento e a consciência sobre aquilo que se pretende comprar. Por isso, ele conta que monitora os produtos com antecedência e sabe exatamente quais são os objetos de desejo que podem ser adquiridos na data.
“Eu normalmente planejo as compras de réveillon agora na Black. Costumo viajar em dezembro e tudo que posso comprar antecipado monitoro desde já e fico especulando as variações. É muito importante saber o preço atual nos meses anteriores pois em novembro as lojas costumam aumentar o valor para ter apelo na Black Friday”.
Victor também conta que já adquiriu televisão e celular na data, pela internet, e que para cada categoria de produto existe uma estratégia. “Utilizo aplicativos para monitorar a variação de preços, desde setembro. Celular e TV comprei na internet, já bebidas, itens de viagem e mantimentos compro nos supermercados, onde acontecem promoções muito boas. Eu sempre aproveito”.
A dica de Perrinchelli é não se apegar unicamente à Black Friday, mas manter o método como forma de economizar durante todo o ano. “Eu ainda fico de olho nas semanas seguintes à Black pois muitas lojas fazem queima de estoque e o preço fica ainda mais barato. Eu acho que temos sim muitas oportunidades, mas estar atento ao que precisa comprar e monitorar o mercado é o ideal, pois podem surgir oportunidades fora de época”.
A procura por descontos durante a Black Friday não se resume ao comércio eletrônico. As lojas físicas também apostam em atrair os clientes com bons preços.
Um exemplo é o comércio de Sorocaba. Os estabelecimentos comerciais pretendem dar descontos de até 70% aos clientes durante a Black Friday 2019.
Mas vale ficar atento. Tanto que o Procon de Sorocaba orienta os consumidores a tomar alguns cuidados na hora da compra.
O post Consumidores usam estratégias de compras na Black Friday apareceu primeiro em Jornal Cruzeiro do Sul.