A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) realizou um monitoramento de ataques virtuais e presenciais contra a imprensa nas Eleições de 2024. Até o momento, disponibilizaram seis relatórios, referentes a diferentes períodos. O mais recente é do período de 26 de setembro até 6 de outubro, o fim do primeiro turno das eleições municipais.
A apuração acontece em parceria com o Labic/UFES e o ITS-Rio desde o dia 15 de agosto. O projeto inclui o monitoramento de contas de jornalistas, meios de comunicação e de candidatos/as em todas as capitais do Brasil, nas plataformas de redes sociais Instagram, X e TikTok.
O estudo confirma que conforme a disputa se intensifica, apoiadores e candidatos respondem à imprensa com ataques e ofensas aos jornalistas e meios de comunicação. A hashtag mais utilizada contra a imprensa foi #globolixo, nas três plataformas analisadas, o que indica ataques articulados em diversas plataformas.
No período do relatório mais recente, entre 26 de setembro e 06 de outubro, registraram 1.198 postagens agressivas no Instagram, 185 no X e 1.015 no TikTok. Isso representa um aumento de 10 vezes em relação ao relatório da semana anterior, mesmo que a rede de Elon Musk ainda estivesse sob bloqueio do STF em solo brasileiro.
Abilio Brunini, candidato do PL à prefeitura de Cuiabá, enfrentará Lúdio Cabral (PT) no segundo turno. Ele criticou a “imprensa militante” no X. Inclusive, uma de suas postagens recebeu 1.444 repostagens, 3.965 curtidas e 151 comentários. A publicação critica a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Além disso, independentemente do posicionamento ideológico de cada veículo, portais que divulgaram matérias criticando certos candidatos recebem agressões principalmente associando-os à esquerda. O estudo também aponta para o uso frequente dos termos: “fora comunismo”, “mídia militante”, “esquerda lixo”, “mídia esquerdista” e “caiu o pix”. Ou seja, insinuam um jornalismo vendido aos interesses de partidos políticos.
Os mesmos usuários também tem o hábito de utilizar emojis específicos, como: dinheiro, letra M, e o número 28.
Vale ressaltar que os números se referem apenas ao período entre 26 de setembro e 6 de outubro em três plataformas distintas, portanto, sinalizando para uma visão negativa entre o público em relação à imprensa.
Dessa forma, o estudo destaca exemplos dos comentários mais comuns em postagens jornalísticas do grupo, que são:
Entre os cinco jornalistas mais atacados nesse período, 3 deles são do Portal UOL. São eles:
O relatório também aponta que os ataques aconteceram principalmente contra os profissionais que publicaram analises e reportagens envolvendo o candidato do PRTB, Pablo Marçal.
Ao analisar o território brasileiro como um todo, é possível comparar o número de ataques entre as diferentes capitais do país. Dessa forma, as cidades que apresentam maiores índices de violência contra a imprensa são:
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