A Mongólia recebeu o presidente da Rússia, Vladimir Putin, com tapete vermelho em visita de Estado nesta terça-feira, 3. A visita ocorre mesmo com um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional, o que causou revolta na comunidade internacional.
Em Ulaanbaatar, capital do país, Putin foi saudado pelo presidente mongol Ukhnaagiin Khurelsukh em frente a uma fila de guarda cerimoniais a cavalo. Putin parou para beijar uma jovem que foi recebê-lo em russo e presenteá-lo.
O mandado contra Putin foi emitido no ano passado e obriga os 124 países membros do tribunal, o que inclui a Mongólia, a prender o presidente da Rússia e o transferir para Haia para julgamento.
Para o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Heorhiy Tykhyi, o fato da Mongólia ter ignorado o mandado foi “um duro golpe para o Tribunal Penal Internacional e para o sistema de direito penal”.
“A Mongólia permitiu que um criminoso acusado escapasse à justiça, partilhando assim a responsabilidade pelos crimes de guerra”, disse.
Putin é acusado de deportar ilegalmente centenas de crianças ucranianas. O Kremlin rejeita a acusaão e acusa o TPI de agir politicamente. Na última semana, o porta-voz do governo russo afirmou que não estava preocupado com qualquer ação relacionada ao mandado.
“As relações com a Mongólia estão entre as prioridades da nossa política externa na Ásia. Elas foram levadas a um alto nível de parceria estratégica abrangente”, disse.
A visita de Putin ao país asiático visa aumentar a cooperação comercial e econômica entre os dois países. A Mongólia faz parte da rota planejada na construção de um grande gasoduto que deve seguir até a China.
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