O Brasil registrou o maior número de ataques bancários na América Latina no último ano, totalizando 1,6 milhão de incidentes, de acordo com um estudo da Kaspersky, empresa especializada em segurança digital. Os dados foram divulgados durante a Cyber Security Week (CSW 2024), realizada em Cartagena, Colômbia.
Segundo Fabio Assolini, diretor de pesquisa e análise da Kaspersky para a América Latina, a região foi alvo de mais de 1,1 bilhão de malwares no último ano, um aumento de 3,2% em relação ao período anterior. Isso equivale a 3,17 milhões de ataques diários, ou 36,6 por segundo.
O Brasil se destacou como o país mais visado por trojans bancários, com 1,6 milhão de ataques registrados entre 2023 e 2024. Esses ataques atingiram 52 instituições financeiras, incluindo bancos e fintechs. Em comparação, o México sofreu 242 mil ataques, enquanto a Colômbia ficou em terceiro lugar, com 107 mil incidentes. No total, a América Latina enfrentou 3,37 milhões de ataques bancários.
Um dos trojans mais prevalentes é o Grandoreiro, um vírus originário do Brasil que está ativo desde 2016. Das 18 principais famílias de trojans bancários na América Latina, 13 têm origem no Brasil, com o Grandoreiro sendo responsável por 16,83% dos ataques, subindo da 9ª posição no ranking do ano anterior.
Esses ataques geralmente começam com e-mails de spear-phishing em espanhol, português ou inglês. Uma vez que o trojan é instalado no dispositivo da vítima, ele rastreia entradas de teclado, simula atividades do mouse, compartilha telas, e coleta dados sensíveis, incluindo identificadores bancários.
Yuri do Amaral Nobre Maia, chefe do serviço de investigação de crimes de alta tecnologia da Polícia Federal Brasileira, explicou que os cibercriminosos esvaziam as contas das vítimas e lavam os fundos ilícitos por meio de uma rede de mulas de dinheiro.
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