No folclore político, os destinos de George Bush ("read my lips: no new taxes") e de Margaret Thatcher (a poll tax, que ela quis impor) foram selados por questões de tributação. Mas as evidências sobre os efeitos eleitorais de
reformas tributárias não estão claras. Ahrens e Bandau (2024), em "The electoral consequences of taxation in OECD countries", analisam a questão com dados abrangendo 30 países da
OCDE em 50 anos (1970-2020). Concluem que os efeitos variam dependendo do imposto, se direto ou indireto. Mudanças no
IVA, seja reduzindo ou aumentando as alíquotas, não tem impacto, enquanto as mudanças no imposto de
renda de pessoas físicas (IRPF), sim.
Mas aqui os efeitos dependem da direção das mudanças: aumento de impostos impactam negativamente, enquanto cortes são premiados eleitoralmente. O estudo identifica também uma assimetria: aumentos de impostos geram reações mais intensas do que cortes. Ou seja, perdas de bem-estar têm maior peso do que ganhos da mesma magnitude.
Leia mais (05/05/2024 - 12h39)