Ex-comandante do Exército foi intimado no inquérito que investiga a participação de Bolsonaro e aliados na execução de um golpe de Estado
247 - O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, prestou depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (1).
O depoimento durou 7 horas na sede da PF, em Brasília. O general foi intimado a prestar esclarecimentos como testemunha no inquérito que investiga a participação de Bolsonaro, ex-ministros, ex-assessores e militares no planejamento de um golpe de Estado após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a Polícia Federal informou o Comando do Exército, como cortesia, que Freire Gomes havia sido chamado a depor. A data foi confirmada após conversas entre o general e os investigadores, já que o militar se encontrava na Espanha em visita a familiares. Freire Gomes conversou com generais antes do depoimento e afirmou que daria sua versão dos fatos aos agentes da PF.
A reportagem apurou que Freire Gomes estava disposto a contar que a manutenção dos acampamentos golpistas em frente aos quartéis era uma ordem de Jair Bolsonaro e que agiu silenciosamente contra os planos antidemocráticos do ex-presidente.
Na época da preparação do golpe, Freire Gomes assinou, com os ex-comandantes da Marinha e Aeronáutica nota em tom crítico ao Judiciário e amistosa com os bolsonaristas que pediam um golpe militar. O fato é citado em relatório da Polícia Federal que pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) buscas contra Bolsonaro e outros investigados.
O ex-comandante do Exército foi citado nas investigações por ter participado de uma reunião no Palácio da Alvorada, em 7 de dezembro de 2022, na qual Bolsonaro apresentou uma minuta de decreto para promover um golpe de Estado.