Famosa por vários projetos na Globo, além de novelas e séries, a atriz Regina Casé nem sempre foi bem recebida nas ruas e nas casas dos telespectadores. Aos 69 anos, a apresentadora foi a convidada do podcast "Mano a Mano", do cantor Mano Brown.
Na conversa, que vai ao ar nesta quinta-feira (4), Casé comentou que já sofreu bastante com o programa "Esquenta", um dos maiores sucessos da Globo aos domingos, onde mostrava diversas pessoas com dificuldades financeiras e que moram nas periferias do país.
Segundo a global, as pessoas gritavam que ela não gostava de pobre e nem de preto porque morava na zona sul do Rio de Janeiro.
"No “Esquenta!”, o estigma do programa era: 'Regina só anda com bandido' (...) Diziam: 'O 'Esquenta' é programa de maconheiro, macumbeiro, veado, bandido… '. Porque (para eles) funkeiro e bandido são sinônimos. Só que o cara que aparecia lá, ninguém sabia o nome. Eles sabem o meu. Então, todo o preconceito contra cada uma dessas pessoas fazia um funil e um ralo e vinha para mim. A vida da gente era ruim pra caramba. De embate na rua", disse.
Ainda na conversa, que estará nas plataformas digitais, Regina contou que os atores nordestinos conseguiram mudar do humor para teledramaturgia séria após Lázaro Ramos e Wagner Moura terem quebrado o preconceito.
"O preconceito é tão forte e tão completamente naturalizado que não adianta, ninguém conseguiria vê-los num papel sério ou dramático. Hoje em dia, depois de Lázaro Ramos e Wagner Moura, esse preconceito vem sendo quebrado. Qualquer nordestino era fadado a ficar sem humor. Eu descobri isso logo", finalizou.