Pouca idade. Muita ousadia. Mais novo entre todos os jogadores do Bahia que passaram pelo gramado da Fonte Nova no primeiro Ba-Vi da temporada, Kayky foi o principal nome do clássico do Campeonato Baiano. Autor do gol que garantiu o triunfo por 1x0 neste domingo (29), o atacante de 19 anos estufou a rede e provocou o adversário.
"Deixo no ar pra vocês interpretarem do jeito que vocês quiserem", tentou se esquivar diante dos microfones após o apito final.
Como assim, Kayky? Tem relação com o mosaico feito pela torcida antes do jogo? "Sim, sim, pode ser, foi", admitiu.
Kayky imitou uma galinha. Balançou os braços como se estivesse batendo asas, bem em frente à organizada Bamor, que antes do jogo exibiu um mosaico na arquibancada com a frase "não fujam", em alusão ao Ba-Vi de 2018, encerrado antes dos 90 minutos porque o Vitória ficou em campo sem a quantidade mínima de atletas permitida para a bola rolar.
Recém-contratado pelo Bahia, o jogador entrou no clima da torcida, definiu o placar e mostrou muita habilidade no quarto jogo com a camisa tricolor. Não à toa, recebeu uma salva de palmas dos mais de 46 mil tricolores quando foi substituído no segundo tempo.
"Fiquei feliz. É reconhecimento de trabalho. Todo mundo que faz sua profissão um dia quer ser reconhecido e, quando você faz bem e é reconhecido, fica feliz. A torcida é bastante importante pra gente", afirmou Kayky.
A assinatura do tento foi aos 17 minutos do primeiro tempo. Kayky recebeu passe na medida de Acevedo, driblou o goleiro Dalton e estufou a rede.
"Eu tinha mania de só querer jogar no pé. O professor vinha me pedindo para tapar o espaço. É uma jogada que a gente vem trabalhando e graças a Deus fui feliz"
"Fiquei feliz de poder fazer meu primeiro gol no BA-Vi, de estrear o Ba-Vi já fazendo gol, de ajudar a equipe a evoluir no campeonato. Mais importante ainda foi o triunfo", completou.
Apelidado de 'Neymar canhoto' na base do Fluminense e considerado o melhor jogador sub-17 do mundo em 2021, Kayky foi comprado por quase R$ 70 milhões pelo Manchester City. Chegou a jogar com o técnico Pep Guardiola, mas não se firmou na Europa, nem mesmo no Poços de Ferreira, clube português para o qual foi emprestado.
No Bahia, tenta voltar a chamar a atenção do futebol nacional e internacional. Parece ter começado no caminho certo.
"É importante para mim retomar essa confiança, estar no meu país, estar perto da minha família, o que me dá mais confiança. Se Deus quiser vai dar tudo certo esse ano".