Bolsonaro colocou lenha na fogueira com mais mentiras sobre o processo eleitoral, mas apagou a publicação pouco tempo depois. Procurador de vídeo postado pelo ex-presidente é investigado por fake news. Com salário bruto de R$ 53,7 mil, Felipe Gimenez é evangélico da Igreja Adventista do Sétimo Dia
O post Pressionado, Bolsonaro publica e apaga vídeo com fake de procurador sobre vitória de Lula apareceu primeiro em Pragmatismo Político.
Na noite desta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou, nas redes sociais, uma postagem insinuando que Lula não foi eleito pelo povo, e sim escolhido pelo serviço eleitoral junto a ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Após a publicação viralizar rapidamente nas redes sociais, foi apagada pouco depois.
A postagem era um era trecho de uma entrevista de Felipe Gimenez, procurador do estado do Mato Grosso do Sul, apoiador declarado de Bolsonaro, alegando que não houve transparência na apuração das urnas eletrônicas e que não é possível ver a contagem dos votos. O que não é verdade.
Na publicação também é questionada a credibilidade das urnas eletrônicas eleitorais e dito que o código fonte não pode ser verificado, além de ser defendido o uso de voto impresso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito de forma legítima com 60.345.999 votos, o que representa 50,9%, contra os 58.206.354 votos em Bolsonaro que resulta em 49,1%;
As urnas eletrônicas eleitorais são consideradas seguras e passam todas por auditorias. Além disso, nunca houve registro de fraude eleitoral desde a adoção do voto eletrônico, em 1996.
O ex-presidente viajou para os Estados Unidos faltando dois dias para concluir seu mandato e não entregou a faixa presidencial a Lula.
Procurador investigado
A Corregedoria da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) investiga a conduta do procurador Felipe Marcelo Gimenez, que aparece no vídeo postado por Bolsonaro.
No vídeo, Gimenez tambem defendeu que as Forças Armadas devem “intervir no sistema político para restabelecer a ordem”. O ato é proibido pela Constituição Federal. O procurador divulgou teses infundadas e já desmentidas sobre as eleições de outubro e afirmou que o povo brasileiro não tem “poder” sobre o processo de apuração dos votos.
Em nota, a Procuradoria-Geral do Estado informou que o caso foi encaminhado para a Corregedoria, que instaurou uma investigação. A PGE reafirmou a confiança no processo eleitoral e respeito às autoridades responsáveis pela realização do pleito.
“A Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul, instituição essencial ao bom funcionamento do Estado Democrático, reafirma sua confiança no processo eleitoral e o respeito às autoridades estaduais e nacionais responsáveis pela sua realização, não representando a posição desse órgão eventuais manifestações individuais de integrantes de seus quadros”.
A PGE informou ainda que a posição de Gimenez é individual e não representa a do órgão. “A PGE esclarece também que o procurador Felipe Gimenez não representa e não fala em nome da PGE e que não ocupa nenhuma função ou cargo de chefia, nem tem assento no Conselho Superior eleito ou qualquer outra instância deliberativa da Instituição”, diz a nota.
Servidor de carreira, Gimenez completa em agosto 29 anos de atuação na Procuradoria Geral do Estado. Com salário bruto de R$ 53,7 mil, o procurador é evangélico da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e, na Procuradoria, considerado “excêntrico” e “desgarrado” de seus colegas. “Ele mais milita do que atua”, segundo um interlocutor.
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