Militante de pautas raciais, a coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU) a nível nacional, Iêda Leal foi convidada, nesta quinta-feira, 10, para integrar a equipe de transição do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até o momento ela é a única goiana a compor o grupo.
Reconhecimento pelo trabalho desenvolvido em prol da população negra é assim que Iêda enxerga convite para ingressar na transição. “A gente precisa debruçar no projeto, na possibilidade de como se dará essa política de igualdade racial no governo Lula”.
Descontente com atual gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL), a coordenadora fala do “desmonte” contra as pautas raciais. “O governo que termina agora proporcionou uma derrubada de políticas públicas de combate ao racismo no Brasil”, desabafa.
No mês da Consciência Negra, o Brasil precisa garantir dignidade ao povo negro. “Temos que tirar a população negra da miséria”, argumenta. Iêda é contundente, as “minorias” são as maiorias no Brasil. “A gente quer retomar as políticas públicas de combate, mas também queremos dialogar com as outras pastas, porque o negro, a população negra é maioria absoluta nesse país”, emenda.
Professora formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás; tesoureira do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego); coordenadora de Combate ao Racismo na Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), é com essa bagagem que Iêda chega a transição para representar não só os goianos, mas toda a população negra desse país, que representam 56%.
