Lei sancionada por presidente Jair Bolsonaro requer que setor privado doe 100% das doses compradas ao SUS
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Lei sancionada por presidente Jair Bolsonaro requer que setor privado doe 100% das doses contra Covid-19 compradas ao SUS
Sancionada nesta quarta-feira, 10, a lei originada do PL 534/2021 vai permitir que estados, municípios e iniciativa privada comprem vacinas contra Covid-19.
Para o setor privado, o interesse na vacina, além de ver a população imunizada mais rápido, é poder retomar o funcionamento normal das atividades econômicas, prejudicadas com as restrições intermitentes desde março de 2020.
“Temos falado sobre a questão da compra de vacinas com o presidente do Senado, com a Câmara, com alguns senadores, porque é muito importante a iniciativa privada poder comprar as doses para ajudar na vacinação”, afirmou o empresário e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel.
“No ritmo que o governo está vacinando, nem em dois anos vamos imunizar todos. Assim não vamos ter resultados, por isso é muito importante que possamos ter condições para comprar vacina pela rede particular também”, pontuou.
“O projeto é interessante, porque ele é um estímulo, um incentivo fiscal para o empresário comprar a dose e vacinar seus funcionários. É uma medida inteligente e que poderia acelerar muito a vacinação”, disse.
No entanto, a lei sancionada prevê que os entes privados que comprarem as vacinas terão de doar todo o estoque para o Programa Nacional de Imunização, do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, o interesse dos empresários em vacinar seus funcionários ainda seria um objetivo distante.
Isso, porque a aplicação das doses deve seguir o cronograma de imunização do Ministério da Saúde, vacinando primeiro os grupos prioritários. Atropelar o calendário poderia “bagunçar” a imunização coletiva.
Por conta dessa doação do suprimento ao SUS, o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, descartou um plano entre comerciantes para adquirir doses.
“No momento não, porque a forma com que foi aprovado enquanto não vacinar os prioritários não justifica a iniciativa privada investir em vacina”, disse ao Jornal Opção.
“Nós temos entregar 100% dessas vacinas ao poder público para fazer uso. Então, não justificaria nós entrarmos no processo de aquisição. Teremos que aguardar o momento onde a gente possa usar pelo menos 50% das vacinas que adquirimos”, afirmou Baiocchi.
“Há já um movimento forte de todos empresários para fazer essas aquisições, mas aguardamos fazer uso delas. A gente quer vacinar os nossos funcionários, depois os nossos alunos, queremos vacinar os comerciários que é a base da nossa representatividade.”
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