Dizer que uma orca que empurrou a sua cria morta durante centenas de quilómetros pelas águas do Pacífico nordeste para esta se manter à tona estava a fazer o luto é o pensamento mais bonito mas poderá não ser o mais correto. Não há um consenso na comunidade científica e também não o há entre dois biólogos marinhos ouvidos pelo Expresso. É luto, não é luto, é luto, não é luto. E porque é que continuamos sequer a projetar-nos nos animais? Uma explicação fundamentada - “as pessoas precisam de dar um sentido àquilo que observam” - e outra meramente pessoal - “queremos ver nos animais aquilo que não encontramos nos homens”