Fernanda Talarico, via Splash
A quarta temporada de “The Boys” chegou ao final hoje (18), com o lançamento do último episódio no Prime Video. Este ano, além do aumento das cenas de violência e sexo, cresceram também as críticas feitas pela série à extrema direita americana, teorias da conspiração e aos grupos como o QAnon. Este aumento incomodou uma parte do público, que reclamou da produção ter se tornado “politicamente correta”. O elenco, no entanto, não parece se incomodar com as reações negativas.
“A perspectiva principal que tenho é: a arte sempre foi política. Arte é política”, relatou Nathan Mitchell, ator de Black Noir.
Ele se junta ao showrunner, Eric Kripke, que já deixou claro não se importar com as críticas. “Não gostou, vá assistir outra coisa”, disse em entrevista ao The Hollywood Reporter.
Mitchell foi menos radical, mas analisou o contexto da arte. “Se você voltar para a origem do teatro, o avô dos programas de televisão, o teatro grego era político. Eles colocavam atos que falavam sobre o que eles viam na sociedade, o que eles viam nos governantes e nas pessoas na vida diária”, falou. “Depois, tem Shakespeare, com tantos atos políticos sobre diferentes reis, monarquias, países e guerras. E Shakespeare é o clássico, um dos autores mais reverenciados de todos os tempos.”
“Quando chegamos ao presente, algumas pessoas acham que a narrativa deve ser apenas sobre escapismo e entretenimento. E se alguém quiser fazer isso, tudo bem, mas nunca se tratou disso”, disse Nathan Mitchell.
Ator acredita que “The Boys” tem muita coisa a dizer, e não tem medo disso. “Temos muito o que oferecer na série, e espero que todos vejam vantagens nisso.”
Em “The Boys”, Nathan Mitchell vive o herói Black Noir, mas de uma maneira inusitada. Na terceira temporada, ele – interpretado por Mitchell – é assassinado de maneira brutal por Capitão Pátria (Antony Starr), que descobre que o colega sabia da verdadeira identidade de seu pai.
Já no quarto ano, Noir é visto de volta. De primeira, é estranho, mas depois é explicado que um ator está interpretando o herói. Com ele usa uma máscara, não seria possível que o público visse a diferença.
Há um momento que esse ator resolve tirar a máscara de Black Noir e, então, vemos o rosto do falso herói, e é Nathan Mitchell, em uma espécie de brincadeira metalinguística. “Foi muito divertido voltar como um novo Noir”, conta o ator.
Black Noir chama a atenção por ser um personagem bastante presente, mas que, assim como Kimiko (Karen Fukuhara), não fala. “Mesmo sem dizer, acho que ele é um personagem forte, que quer algo. Acho que você percebe isso quando pode ver a sua vulnerabilidade, individualidade, perversão, e seus obstáculos internos.”
“The Boys” chegará ao final na quinta e próxima temporada, fato que pegou o ator de surpresa. “Foi um pouco triste. Tínhamos uma ideia de que continuaríamos por muito tempo, e eu não veria problema em continuar ao lado desta equipe por mais tempo.”
Por outro lado, Nathan Mitchell vê um lado positivo em encerrar a série. “Acho ser muito importante contar a história que você quer contar e não a estragar apenas para ter mais tempo.”
Para terminar, o ator elogia o showrunner Eric Kripke pela decisão de encerrar na quinta temporada, o que é algo bastante importante para o criador. Kripke ganhou fama no mundo das séries por ser o criador de “Supernatural”, e sua intenção era notória: encerar com cinco temporadas. No entanto, seu desejo não foi respeitado e ele saiu da produção. Para a sua infelicidade, “Supernatural” durou 15 temporadas ao todo, mas agora, com “The Boys”, tudo indica que será diferente.
→ SE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI… Saiba que o Pragmatismo não tem investidores e não está entre os veículos que recebem publicidade estatal do governo. Fazer jornalismo custa caro. Com apenas R$ 1 REAL você nos ajuda a pagar nossos profissionais e a estrutura. Seu apoio é muito importante e fortalece a mídia independente. Doe através da chave-pix: pragmatismopolitico@gmail.com
O post Extrema-direita dos EUA se irrita com a série ‘The Boys’ e diretor rebate: “Se não gostou, vá assistir outra coisa” apareceu primeiro em Pragmatismo Político.
