De surpresa, Kendrick Lamar lançou um álbum tremendo. Em “GNX”, soma ‘flows’ de absoluta classe e mostra uma caneta que justifica plenamente o Pulitzer que tem em casa e lhe permite descrever-se, numa só canção, como um guitarrista de blues no Michigan do pós-guerra, uma cantora de soul viciada em heroína e aplausos no “chitlin circuit” e, finalmente, como o rapper que hoje é, temente a Deus e profundo conhecedor da Bíblia. Tudo enquanto faz uma sentida vénia musical a Tupac Shakur, outra rosa que, como ele, floresceu no cimento. Palmas!